Carro da semana, opinião do dono: Peugeot 208 Griffe 2016

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Depois de nos enviar um relato bem completo sobre seu Peugeot 208 há cerca de um ano atrás, o nosso leitor-editor Ubaldir Jr. nos dá um relato completo de sua convivência com o modelo em quatro anos, confira:

Chegou ao fim nossa convivência com o Peugeot 208 Griffe ano 2015/2016.

Mas ela não marca o fim da relação com o modelo, e sim um recomeço. Quase que uma exigência de minha esposa, a opção na troca foi mesmo pela aquisição de um novo 208.

A inexistência de problemas ao longo de 4 anos e quase 85 mil km de convívio, o excelente nível de conforto do carro, a lista diferenciada de equipamentos e a beleza quase incontestável do modelo foram os motivos principais para a afeição ao carro.

Algumas opções foram pesquisadas por mim, como o recém lançado C4 Cactus, o VW Polo e o Peugeot 2008, além de breves consultas com relação ao Honda Fit. Mas todas as investigações minhas foram só no intuito de ter um parâmetro de negociação mais concreto.

Um equipamento que minha esposa fez questão: o sensor de estacionamento dianteiro que já equipava o seu 208. Esse pequeno detalhe já limitava as opções praticamente a Polo, 208 e 2008.

Para o Fit, além do problema do preço (como é caro o compacto da Honda quando analisada sua lista de equipamentos!), já tinha em mente a questão do espaço para o motorista.

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Não é algo raro que eu assuma a direção do carro de minha esposa e o Fit (assim como o City) conta com uma amplitude limitada na regulagem do banco do motorista, o que me parece visar garantir espaço razoável para as pernas do ocupante do banco de trás.

Mas para mim, com quase dois metros de altura, acaba quase inviabilizando a utilização do carro pelo desconforto da posição de dirigir.

O Cactus é um modelo que acaba ficando caro, também: por ainda carregar o adjetivo de “lançamento”, possui descontos pouco generosos.

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O preço de tabela de praticamente 90 mil reais para uma versão Feel Pack, aquela que tem um pacote interessante de equipamentos combinados com o motor aspirado e câmbio automático, acaba por ocasionar uma necessidade de aproximados 50 mil reais na troca.

Somado este fator com a falta do bendito sensor dianteiro e a avaliação racional de que o veículo quase nada oferece em termos práticos além do que se tem no 208, fica complexo investir uma quantia exorbitante apenas para se ter um design mais moderninho.

O Polo tinha duas limitações: minha esposa simplesmente não gosta de seu design e seu preço em versões com nível de equipamento equivalente ao do 208 estava na casa próxima aos 80 mil reais.

Some-se a isso a natural desvalorização do 208 usado nas concessionárias VW e o valor de volta em uma troca para um Polo Highline ficaria na casa dos 40 a 45 mil reais.

Na Peugeot, veio o primeiro problema: a marca retirou os sensores dianteiros do 208 Griffe na linha 2019/2019, além de mudar alguns detalhes de acabamento externo, como a eliminação do acabamento black piano nas colunas das portas e da moldura cromada que circundava a área envidraçada lateral.

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Quem conhece o modelo sabe o quanto essas supressões influem em seu visual final, aproximando-o muito em aparência às versões de entrada.

Vieram duas opções de negócio para veículos zero km:

1 – 28 mil reais na volta para adquirir um Peugeot 208 Griffe zero 2019/2019 na cor branco nacré;
2 – 33 mil reais na volta para um 2008 Griffe 2018/2019 zero km (um bônus de 8.000 reais aproximou bastante a pedida entre ele e o 208) na cor branco nacré (perolizada).

Se considerarmos o preço de tabela para os dois modelos (pouco mais de 76 mil reais para o 208 e praticamente 89 mil reais para o 2008), até que o valor de volta ficou atrativo para ambos os modelos, em especial para o 2008. O valor de tabela FIPE para o nosso 208 estava na casa de R$ 50 mil.

Eis que no showroom da concessionária, na parte de seminovos, observo um belíssimo 208 Urbantech modelo 2018, uma série especial montada sobre a versão Griffe, mas contando com alguns “mimos” a mais, como retrovisores cromados, acabamento do painel imitando fibra de carbono, volante esportivo em couro perfurado e costuras vermelhas, rodas aro 17” com desenho idêntico às do 208 GT, bancos parciais em couro de belíssima padronagem, além de mais alguns detalhes diferenciais.

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Verifico o carro, ele conta com apenas 3.500 km rodados. Simplesmente impecável. A cor é o branco nacré e o preço pedido era de R$ 63.500,00.

O antigo dono adquiriu o modelo, mas acabou por acha-lo incongruente às suas necessidades de espaço interno, trocando-o por um 3008 na concessionária, deixando-o para venda em consignação.

Entre idas e vindas, depois de muita negociação, 23 mil reais na volta pelo nosso carro. A desvantagem do negócio estaria apenas na avaliação do usado, que perdia algumas benesses com relação à aquisição do zero km.

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Mas ainda assim, os R$ 40.500,00 recebidos pelo nosso 208 no negócio acabaram sendo razoáveis para um carro de 4 anos, 85 mil km rodados e preço de aquisição original de 60 mil reais.

Na venda a particulares, o valor provável a ser angariado pelo carro rondaria os 45 mil reais, em especial pela sua quilometragem avançada, acima do que é esperado para um carro 2015/2016.

Somado ao fato da eliminação de alguns investimentos “pós compra”, como instalação de películas (o Urbantech já contava com o adereço), a eliminação da necessidade de emplacamento (o carro já estava com o IPVA 2019 pago), a eliminação da necessidade de instalação de protetor de cárter (também já instalado no carro) e instalação de banco de couro (já presente na versão), tivemos aí uma economia extra entre 3 e 5 mil reais, valor que é muito comum de ser dispendido por quem adquire um carro zero km (quem é acostumado com a operação sabe disso).

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O 208 Urbantech ainda veio equipado com engate cromado, o que é útil para mim que pratico ciclismo.

O convívio com o 208 Griffe:

Em meu relato anterior já havia especificado o convívio com o carro até os 60 mil km.

De lá para cá, os 25 mil km rodados foram de quase total ausência de ocorrências. Foi apenas providenciada a troca da correia dentada em revisão, como prevê o manual, e a substituição de uma buzina queimada.

Os pneus trocados por volta dos 60 mil km (53 mil km um par, 65 mil km o outro) encontram-se quase novos. Motor, suspensão, parte elétrica, direção… tudo em perfeito estado.

Já quase na entrega do carro à concessionária, um pequeno acidente ocasionou um dano à porta traseira esquerda do modelo. Mas assim ele foi entregue na troca, com um pequeno vinco na altura da maçaneta, a qual também acabou “ralada” no choque com um obstáculo em manobra.

O interior manteve seu aspecto original, sem qualquer detalhe que pudesse desmerecer sua integridade.

Os ruídos de acabamento mantiveram-se discretos ao longo de toda a nossa utilização do carro. Intervenções minhas colaboraram neste fato: adicionei em algum momento um anteparo de esponja entre a placa e a tampa do porta-malas e pequenas tiras também de esponja na parte interna inferior do forro de porta do motorista quando notei alguns ruídos vindos destas peças.

No mais, não há muito o que dizer, tudo funcionou a contento ao longo desses 4 anos.

Troca de peça fora do que é o plano de manutenção normal, somente a da buzina. A original queimou por volta dos 70 mil km, sendo que fiz a substituição em uma auto elétrica por módicos R$ 85,00.

Em resumo, a ficha corrida do carro foi a seguinte:

  • Solicitação de aperto de parafuso do trilho do banco do passageiro na revisão de 30 mil km – estava gerando ruído quando desocupado;
  • Troca em garantia do tubo de condução de água para o esguicho traseiro por volta dos 50 mil km. O vazamento ocasionou pequena mancha na forração interna junto à coluna “C”, sendo que foi providenciada também a substituição do forro. Como já narrado no relato anterior, um choque traseiro que antecedeu brevemente a ocorrência pode ter gerado o problema. De qualquer forma, a Peugeot não apresentou qualquer empecilho à atuação da garantia para a resolução do infortúnio, o que me permitiu concluir que o problema fosse mesmo de fabricação;
  • Troca de bateria com pouco mais de 2 anos de uso (uns 40 a 50 mil km) – foi utilizado o 0800 da Peugeot, a qual providenciou a troca em casa em um período não maior que meia hora;
  • Troca de um par de pneus por volta dos 53 mil km rodados;
  • Troca de pastilhas de freio dianteiras por volta dos 63 mil km rodados;
  • Troca do outro par de pneus por volta dos 65 mil km rodados;
  • Troca da correia dentada na revisão de 70 mil km;
  • Troca da buzina por volta dos 70 mil km.

No mais, foram trocadas as paletas dos limpadores de para-brisa por duas vezes.

As revisões tiveram custo dentro do esperado, sempre variando entre 400 e 1000 reais ao longo da vida do carro conosco, incluindo alinhamento e balanceamento.

O consumo sempre foi um tanto exagerado para o porte do veículo. Médias com gasolina ao redor de 8 km/l na cidade e 13 km/l em rodovia foram características nesses 4 anos.

No etanol, coisa de 6 e 9,5 km/l nos dois ambientes foi o normal de ocorrer.

O câmbio de 4 marchas, outrora um componente extremamente criticado na linha PSA, se comportou exemplarmente, sempre com operação adequada e suave, a despeito da sua natural limitação em termos de funcionamento relativo a dinâmica do veículo em consequência do seu limitado número de engrenagens.

Outro componente que nos primórdios da operação da PSA no Brasil foi muito criticado, a suspensão passou despercebida ao longo dos anos, sem qualquer registro com relação ao seu funcionamento ou substituição de peças.

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Os detalhes do modelo – para o bem e para o mal:

O carro é realmente muito prazeroso no convívio diário, tanto em termos de comportamento dinâmico como com relação ao acolhimento aos ocupantes em seu interior.

A percepção de qualidade nos materiais de acabamento interno é muito forte, aproximando muito o pequeno francês do que se tem em veículos de categorias superiores, como a de sedãs médios.

O teto panorâmico é um acessório muito agradável, o qual repassa uma sensação de amplitude diferenciada quando aberto.

Minha esposa relatou que por diversas vezes, amigas que pegam carona regularmente com ela para as suas viagens à Brasília, a perguntavam se havia trocado de carro quando adentravam no veículo com o forro do teto aberto, tamanha é a diferença que se sente entre a situação do acessório em uso ou não. É realmente interessante.

A farta lista de equipamentos torna a vida a bordo do 208 bem aprazível.

Piloto automático com limitador de velocidade, direção elétrica muito macia em manobras e adequadamente firme em velocidade, ar condicionado digital automático dual-zone, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensores crepuscular e de chuva, regulagens de altura e distância da direção e do banco do motorista, paddle shifts.

É um nível de lista de acessórios digna de categorias superiores.

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Por fim, o painel visualizado por cima do volante de raio reduzido acaba por dar ao veículo um ar realmente diferenciado com relação ao lugar comum. Não que seja um arranjo mais funcional ou “melhor” que o tradicional. Mas é um diferencial visual que causa sim uma percepção positiva, por assim dizer.

Do lado negativo, temos algumas falhas de projeto típicas dos modelos montados sobre a plataforma PF1 da PSA: a tampa do tanque de combustível que exige a utilização da chave de ignição e a falta de iluminação nas palas de sol são anacrônicas. Além disso, o vidro elétrico tipo “one touch” apenas para o motorista incomoda.

São falhas pontuais que não chegam a tirar o brilho do modelo, mas que chamam a atenção pelo fato de serem situações facilmente corrigíveis em um veículo com idade de projeto já considerável.

Peugeot 208 Urbantech – as diferenças:

Como já relatei, o 208 Urbantech é uma série especial que serviu de marco para o lançamento do câmbio AISIN de 6 marchas na linha 208, a qual foi montada sobre a versão Griffe, mas com alguns detalhes interessantes a mais.

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São eles:

  • Câmera de ré com imagem projetada na CMM;
  • Rodas aro 17” com o mesmo design das utilizadas na versão GT, mas sem contar com as áreas diamantadas/pretas visualizadas no esportivo, sendo pintadas em toda a sua superfície em tom prateado acetinado;
  • Bancos parcialmente em couro, com bela padronagem que inclui gravames com o nome da versão;
  • Revestimento parcial do painel imitando fibra de carbono, além de acabamento especial em black piano e peça cromada junto à CMM. É realmente diferenciado com relação ao que se tinha na Griffe;
  • Volante da versão GT, que alterna áreas em couro perfurado, couro liso e peças cromadas, arrematadas em costura vermelha, tornando a peça de extremo bom gosto;
  • Retrovisores com capa cromada em lugar dos tradicionais pintados na cor da carroceria;
  • Logo “Urbantech” nos para-lamas dianteiros;
  • Tapetes personalizados em carpete com o nome da versão;
  • Além do mais, o modelo vem dotado de isofix, algo que nós não possuíamos no carro anterior, mas que foi adicionado à linha 208 como um todo após 2017.

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A central multimídia também foi atualizada com relação àquela a que nos acostumamos no veículo anterior, passando a contar com interface ainda mais amigável e com Apple Carplay e Android Auto. O navegador nativo foi eliminado em função da utilização dos disponíveis no celular.

Em termos de “supressão”, a linha 208 perdeu os paddle shifts na adoção da caixa de mudanças de 6 marchas. Pode fazer falta a alguns, mas para a minha esposa não faz a menor diferença: ela jamais tomou conhecimento das aletas atrás do volante. Elas no fim só serviam para poluir o ambiente atrás da pequena direção do Peugeot.

Na segurança passiva, o carro continua contando com os 6 airbags, algo bem positivo. Em especial se considerarmos a sua categoria.

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Entretanto continua sendo sentida a falta dos controles de estabilidade e tração, algo só disponível na versão esportiva GT. É uma pena, mas me parece claro que a PSA não vai adicionar o equipamento à linha 208 antes da mudança de geração.

Na parte externa, os faróis mudaram. Apesar das belas peças novas com máscara negra em seu interior, é notável que o modelo anterior contava com projetores elipsoidais que denotavam maior valor agregado.

Mudou o para-choque dianteiro como um todo, com novos nichos para os faróis de neblina, os quais ficam alojados em molduras negras que eram inexistentes na versão anterior. Digamos que o visual ficou mais “sofisticado”, apesar de o estilo “clean” da peça anterior me parecer mais elegante.

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De toda forma, somadas essas mudanças, as rodas 17” e a cor branco nacré, não há como negar que o carro novo é significativamente mais belo que o anterior.

Como o carro é da esposa e foi muito recentemente adquirido, ainda não pude avaliar as mudanças em termos de consumo.

No breve contato que tive com ele foi possível aferir a melhora do nível de ruído interno, não só pelo novo câmbio como pelas alterações providenciadas pela PSA no motor 1.6 16V na linha 2017, com perda de potência, mas com ganhos em suavidade de funcionamento.

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Em termos de desempenho, a redução de 4 cv na potência máxima é pouco notada no uso cotidiano.

CONCLUSÃO

Definitivamente o Peugeot 208 foi o carro de melhor convívio que já tivemos em nossa residência ao longo de 15 anos de utilização de carros zero km.

Sempre muito confiável, sem complicações na manutenção, com atendimento de pós-venda muito adequado, com ótimo nível de equipamentos e acabamento, vida a bordo agradabilíssima, ótimo comportamento dinâmico, o compacto francês foi merecedor de um recomeço na relação.

Vejamos se o novo integrante da família mantém a percepção firmada nos últimos 4 anos intacta.

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Para finalizar, vale um adendo: a representação da marca Peugeot em Goiânia está mudando de proprietário, sendo que um novo grupo assumirá a tarefa. Vejamos se a nova administração manterá o bom nível de serviços a que tivemos acesso nos últimos anos.

A princípio, me parece que boa parte da equipe atual será transferida para a nova gestão, o que me parece muito positivo. Do vendedor de veículos zero km ao de veículos seminovos, passando pela gerência da agência e pelo atendimento do consultor de manutenção, sempre fomos extremamente bem tratados na Saint Martin, concessionária da marca em Goiânia.

Dá até para cravar que em nenhum representante de outra marca tivemos o nível de atenção dispensado pelos funcionários da atual representação Peugeot na cidade.

Vejamos como será daqui para frente. Essa convivência com um novo modelo da marca será válida para avaliarmos o novo grupo.

Ao menos a concessionária passará a se localizar ainda mais perto de nossa residência, quase na esquina de casa.

Abraços a todos.

Ubaldir Jr. – Goiânia.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.