Misturar gasolina com etanol economiza? $$$

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Mistura que pode economizar

Na prática, misturar gasolina com etanol economiza? Antes de tudo, é preciso saber que a gasolina vendida hoje em dia tem percentual de etanol de até 27%, conforme dita a lei.

Mesmo que se abasteça totalmente o carro com gasolina, haverá sempre um bom percentual de etanol em sua mistura, então, de certa forma, já se está adicionando o combustível vegetal junto com o derivado de petróleo.

Nesse caso, a tecnologia atual de injeção eletrônica flex já está calibrada para essa mistura “de fábrica” e não há problema algum em abastecer sempre o carro com a nossa gasolina.

Evidentemente, seu uso acarretará em um consumo melhor em relação ao se abastecer o carro completamente com etanol, que não possui qualquer adição de gasolina. Nesse caso, o consumo será maior, mas a resposta é igualmente melhor. Dependendo do motor, não haverá acréscimo em números de potência e torque.

Desde tempos imemoriais, o álcool – hoje etanol – custa menos que a gasolina. Por conta disso, o efeito econômico é enorme quando se abastece com um ou outro. Essa relação é como um casamento e tem altos e baixos.

Como a tecnologia flex permite que o motorista escolha o que quer colocar no tanque, cabe a ele a missão de verificar qual combustível é mais vantajoso em termos financeiros.

Apesar do etanol ser mais barato, sua eficiência menor não compensará essa diferença se ele custar mais de 70% do valor da gasolina. Esse é o parâmetro para saber se vale a pena ou não.

Misturar os dois combustíveis pode, dependendo das circunstâncias, gerar alguma economia em termos financeiros, embora não tendo um ganho real em termos de rendimento do propulsor e em economia de combustível.

Na verdade, haverá uma média entre eles, não sendo tão gastão e nem tão econômico.

O tipo de motor influencia bastante nessa equação, assim como a qualidade do combustível que está sendo colocado no tanque.

Estimativas falam entre 10% e 20% de etanol e o restante de gasolina para se obter alguma redução nos gastos para abastecer no final do mês. A conta ainda tem que levar em consideração o preço por litro de cada um e a quilometragem percorrida.

Mais caro para abastecer, porém, anda-se mais com um tanque. Com a variação frequente nos preços dos combustíveis, quanto mais tempo ficar sem abastecer, melhor financeiramente.

Mas como funciona o motor flex?

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Como já mencionado, antes os motores a álcool e gasolina eram diferentes. Vários componentes específicos faziam com que cada combustível exigisse muito em termos de peças e componentes exclusivos, desde dispositivos pequenos do carburador até a parte elétrica, com válvulas termostáticas próprias para cada um.

Nos anos 90, a escassez de álcool no mercado e a elevação de preços gerada com isso fez com que muitas pessoas convertessem seus carros para gasolina. Isso dava trabalho e muito dinheiro para as retíficas.

Até um pistão era diferente em cada motor, fora outros itens que eram necessários na mudança, por conta das características da gasolina.

Desde sempre se sabe que o etanol é mais corrosivo que a gasolina e, por isso, os motores a álcool tinha itens mais resistentes nesse caso. Com a tecnologia flex, o motor passou a ser mais resistente em termos gerais, pois utiliza materiais que suportam o etanol.

Assim, pode-se fazer uso a vontade deste combustível sem medo de maior desgaste do motor. Os projetos já levam em consideração o uso prolongado ou exclusivo de qualquer um dos dois.

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O que faz com que o motor saiba qual combustível está queimando é a sonda lambda. É ela que manda a informação ao sistema de injeção sobre qual deles está em uso através da análise de gases e mede a quantidade exata de combustível necessário para o funcionamento correto do motor.

Essas informações são interpretadas pela ECU, que assim altera os parâmetros de funcionamento do motor, ajustando-o automaticamente ao combustível que está sendo queimado.

São feitos milhões de cálculos por segundo, o suficiente para que não haja qualquer alteração perceptível no funcionamento do propulsor. Tanto é que não se precisa fazer qualquer mudança na condução do veículo para que ele funcione perfeitamente com 100% de gasolina ou 100% de etanol.

Pode-se inclusive encher o tanque completamente com um deles, após ter consumido totalmente o outro combustível. Algumas pessoas abastecem o carro flex com três tanques de etanol e depois um com gasolina (veja também como tirar gasolina do tanque?), alegando que assim não haverá problemas quando eventualmente abastecer apenas com o derivado de petróleo.

Porém, a tecnologia da injeção flex, como já comentado, foi projetada para funcionar perfeitamente com os dois. Mesmo na partida a frio, com ou sem tanquinho, o sistema se adapta igualmente para prover partidas rápidas e econômicas.

Eventuais falhas ou alteração no funcionamento do motor ocorrem na maioria das vezes devido à qualidade do combustível. Por isso, recomenda-se abastecer em postos com histórico de bom combustível.

Alterar os combustíveis em postos diferentes pode ocasionar problemas, pois a gasolina pode ser boa, mas se o etanol for ruim ou vice-versa, haverá prejuízo.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X