Cortar custos é sempre a máxima em qualquer negócio e no setor automotivo é imprescindível. Na Stellantis, a busca para reduzir os gastos inclui até contratar engenheiros de regiões onde os salários anuais são menores.

Em praças como Marrocos, Índia e Brasil, por exemplo, a média salarial para engenheiros do setor automotivo é muito menor que em regiões como a Europa ou os EUA, por exemplo.

Segundo fontes ouvidas pelo site Automotive News Europe, a Stellantis está contratando engenheiros nesses países por € 50.000 ao ano ou até menos, o que daria US$ 53.000 ou R$ 270 mil.

Em contrapartida, nos EUA e Europa, os mesmos cargos ganham de US$ 150.000 a US$ 200.000 ou de R$ 766,5 mil a R$ 1,022 milhão. Este seria o custo da mão de obra dos engenheiros concentrados em regiões como Detroit e Paris, revelando enorme disparidade de ganhos ao nível global.

Todavia, com os custos crescentes envolvendo os fabricantes com carros elétricos, a tendência agora é a contratação em países emergentes para reduzir os gastos e isso significará uma quantidade menor de contratação nos EUA e Europa.

Regiões como a Índia, por exemplo, já atraem fabricantes como a BMW, por exemplo, que irá aumentar o número de vagas de nível superior nesse país para diminuir o impacto da mão de obra especializada.

Na Stellantis, segundo fontes internas sob anonimato, o grupo quer até dois terços de todos os engenheiros em regiões fora dos EUA e Europa, onde os custos trabalhistas são menores.

Em janeiro, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, emitiu um alerta severo sobre “desconsiderar a realidade da sua situação de custos”.

Natalie Knight, CFO da Stellantis, comentou: “Sempre há mais potencial quando se trata de disciplina de custos. Vamos continuar a otimizar os nossos custos laborais – isto é algo que tem sido importante tanto para os colarinhos brancos como, em menor medida, para os operários.”