T-Cross 250 TSI: Impressões (completas) ao dirigir

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A Volkswagen finalmente tem um SUV compacto no mercado brasileiro. Antes tarde do que nunca, a marca alemã adiciona um produto que pretende brigar com os três modelos dessa categoria, mais vendidos no mercado nacional, segundo a montadora. Ou seja, o T-Cross vem para peitar Hyundai Creta, Honda HR-V e Jeep Renegade. O Nissan Kicks também pode ser colocado na lista de rivais.

Com preços entre R$ 84.990 e R$ 109.990, o VW T-Cross pretende assim vender em torno de 50 mil unidades por ano, mais o volume que será exportado para mais de 20 países, incluindo alguns da África. Segundo a VW, o T-Cross não terá imediatamente uma versão PCD, sendo que a aposta da marca não é entrar no mercado corporativo e nem em vendas com benefícios fiscais.

Feito sobre a plataforma MQB, o Volkswagen T-Cross tem 4,199 m de comprimento e 2,651 m de entre eixos. Com isso, ele oferece porta-malas de 373 a 420 litros de espaço. Para iniciar, a marca coloca o crossover em evidência a versão 250 TSI Highline, que tem motor 1.4 TSI Flex de 150 cavalos e 25,5 kgfm. O câmbio é o Tiptronic de seis marchas.

Essa variante vai de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e com máxima de 198 km/h.

Além dele, o T-Cross vem com o motor 1.0 TSI Flex de 116 cavalos na gasolina e 128 cavalos no etanol, tendo ainda 20,4 kgfm. O motor pode ter câmbio manual ou automático, ambos com seis marchas e oferecidos nas versões 200 TSI, 200 TSI Automático e 200 TSI Comfortline Automático.

De acordo com dados do Inmetro, o T-Cross 250 TSI Highline tem consumo de 11 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada. No caso do etanol, o motor 1.4 TSI faz 7,7 e 9,3 km/l, respectivamente.

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Para promover sua estreia no Brasil, a VW adicionou as três primeiras revisões de forma gratuita, assim como um custo de manutenção de R$ 2.001 até 60.000 km. O custo de propriedade em um ano é de R$ 17.259. A marca também oferece uma série de acessórios, entre eles bicicleta dobrável, cooler para bebidas, tapetes, carpetes, entre outros.

Na pré-venda das 800 unidades, que venderam pouco mais da metade no primeiro dia, a Volkswagen oferece taxa especial de 0,99% para plano de financiamento com 50% de entrada e saldo em 24 meses. Quem adquirir um T-Cross nesta fase, leva uma bicicleta dobrável, cooler e o Volkswagen Connect.

Junto com o lançamento do Volkswagen T-Cross (veja também VW prepara 20 lançamentos no Brasil até 2020), a empresa comemorou os 20 anos da fábrica de São José dos Pinhais-PR. A unidade que faz Golf, Fox e os Audi A3 Sedan e Q3, recebeu investimento de R$ 2 bilhões para fazer o crossover, sendo uma instalação bem ampla e moderna.

O presidente da VW América Latina, o argentino Pablo Di Si, bem como o governador do Paraná, Carlos Roberto Massa Júnior, ativaram a linha de produção do T-Cross. A imprensa conheceu de perto, parte da linha de montagem do SUV compacto, assim como conferiu a fabricação dos demais modelos.

Uma nova área de 5.500 m2 foi construída e nela foram aplicados conceitos de Indústria 4.0, com alto nível de automação, incluindo robôs colaborativos, que trabalham junto com humanos. Ao todo foram instalados 239 robôs. O novo carro vai exigir 500 postos novos de trabalho, que serão preenchidos por funcionários em layoff, o regime de suspensão temporária de trabalho. Estes retornam em abril. Com mais de 2,6 milhões de unidades feitas, a fábrica paranaense emprega 2.600 pessoas.

Volkswagen T-Cross – Impressões visuais

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O Volkswagen T-Cross com praticamente todos os detalhes revelados foi uma boa surpresa no evento de lançamento bem antes das vendas do produto, que só começam em abril, embora a versão 200 TSI, que tem motor 1.0 TSI de até 128 cavalos e mix de venda estimado bem superior, ainda não tenha sido disponibilizado para testes com a imprensa. Então, espere por um novo evento da VW com essa versão.

Visualmente, o Volkswagen T-Cross tem um conjunto agradável em termos de estilo. Embora tenha somente 4,20 m de comprimento, ele parece maior. Isso se deve muito ao entre eixos longo, o mesmo do Virtus. Com apenas versões Highline e Highline Primeira Edição – que só terá 1.000 unidades – no evento, nós pudemos notar que esta opção tem um layout muito interessante.

Completo, chama atenção para os faróis full LED com luzes diurnas e lanternas igualmente em LED, grade com elementos cromados, faróis de neblina elevados, rodas de liga leve aro 17 com desenho fluido e para-choque com aplique cinza e nome T-Cross em baixo relevo. Os retrovisores são de bom tamanho e vem com piscas, além de rebatimento elétrico.

O logotipo da marca Beats nas colunas B em preto brilhante chamam atenção, assim como o badge Highline nas laterais. Na traseira, as lanternas em LED com lentes escuras, se fundem com um aplique central, cuja lente é somente decorativa, apesar do efeito visual ser bem interessante.

O nome do carro no centro da tampa, reforça a importância do modelo na VW. O para-choque sem escape aparente segue a tendência de acompanhar os carros ecológicos.

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As barras longitudinais, o teto solar panorâmico e as colunas C largas, passam uma boa impressão no T-Cross Highline. Por dentro, o estilo é focado na tecnologia e na impressão de qualidade percebida na região do painel e assentos.

Como já visto nos Polo, Virtus e Jetta, há uma ênfase nos itens que os consumidores estão apreciando e não exatamente na aplicação de materiais de primeira linha e acabamento luxuoso.

Assim, os Active Info Display e Discover Media saltam aos olhos com sua boa apresentação visual, mas com aplicações importantes, como os sistemas Google Android Auto, Apple Car Play e MirrorLink, sem contar navegador GPS nativo, câmera de ré, app dedicado para smartphones (Connect) e conexões das mais variadas, desde 4 USB (2 traseiros) até comandos de voz, passando por DVD, SD e Bluetooth para 4 aparelhos ao mesmo tempo.

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O painel em cor clara e com textura 3D diferenciada também ajudam na tarefa, completada por ar condicionado automático, volante multifuncional (que poderia ser o novo do europeu) e uma alavanca de câmbio diferenciada, com indicadores de marcha no pomo.

As portas não surpreendem, pois são bem semelhantes às de Polo e Virtus. Já os bancos em couro de dupla tonalidade, dão um aspecto melhor, mas, por exemplo, não possui apoio de braço central atrás.

Teto e colunas em cinza escuro dão uma impressão melhor do ambiente, assim como o teto panorâmico com persiana elétrica. O espaço geral é muito bom, especialmente atrás. O ressalto no piso é baixo e a altura interna é adequada, mesmo para pessoas altas.

O banco bipartido ajuda a ampliar o bagageiro, cuja tampa inferior do sistema s.a.v.e. perde sua função com o subwoofer da Beats, que fica junto do estepe. O volume geral é adequado à proposta.

O T-Cross vem recheado com uma série de itens quando completo na Highline, entre eles Park Assist 3.0 para vagas paralelas, perpendiculares e saídas de vagas, algo novo, assim como frenagem reversa com obstáculo (veículo ou pedestre).

Há também Start&Stop, manual cognitivo, sensor de fadiga, modos de condução (Eco, Normal, Sport e Individual) e instrumentos off road na multimídia, entre outros.

Mesmo assim, a proposta do T-Cross poderia atender clientes que buscam mais itens de segurança ativa, como alerta de faixa, alerta de colisão, detecção de pedestre com frenagem automática, controle de cruzeiro adaptativo, entre outras.

O problema seria o preço, que ficaria ainda mais alto que os R$ 124.840 da versão Highline completa e sem pintura metálica.

Volkswagen T-Cross – Impressões ao dirigir

São José dos Pinhais-PR – No test drive entre a fábrica da VW no Paraná e o litoral norte catarinense, conseguimos andar num trecho que incluiu serra. O T-Cross 250 TSI pesa em torno de 1.200 kg e com esse propulsor similar ao do Novo Jetta, o utilitário esportivo anda muito mais do que precisaria para preencher sua missão.

Tanto nos modos Normal quanto Eco, o EA211 de quatro cilindros com turbo e injeção direta, oferece respostas imediatas ao acelerador, elevando rapidamente o giro, mas não muito, já que o torque é abundante. A aceleração é vigorosa e pode-se notar a frente querendo sair diante da força generosa.

As retomadas são excelentes, especialmente no modo Sport com o câmbio em S, fazendo o giro ficar em 4.000 rpm e mantendo o motor cheio nas desacelerações, esperando o comando para lançar o T-Cross em movimento.

O ponteiro chega a pouco mais de 6.000 rpm e muda de marcha, dando ainda mais fôlego.

Rodando a 110 km/h, a rotação fica em 2.000 rpm. No trânsito urbano, gira em torno de 1.500 rpm. O ronco vigoroso do 1.4 TSI empolga, ainda mais que motor e câmbio, de mudanças macias e precisas, apesar das relações altas serem mais longas que o esperado.

O T-Cross 250 TSI tem desempenho acima da média do segmento, sem dúvida. Mesmo se compararmos com o Tracker 1.4 Turbo.

A direção elétrica é agradável e precisa, ainda mais no modo Sport, quando fica mais firme.

Os freios são mais do que suficientes e dão conta mesmo de uma condução esportiva. O mesmo não se pode dizer totalmente da suspensão, que tem calibragem mais para conforto do que para estabilidade.

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É como no Novo Jetta, mais macia. Entretanto, não gera insegurança em curvas, pois a tendência é atenuada pelo bom conjunto rígido MQB e rodas aro 17 com pneus bem largos. Não decepciona em curvas, mas não espere um conjunto digno de esportivo.

A missão é entregar conforto e isso significa mais maciez. Com posição de dirigir elevada, vai agradar quem aprecia isso em SUV.

No geral, o Volkswagen T-Cross 250 TSI é um corredor com mais fôlego que o necessário, tendo um bom controle e oferecendo muito conforto ao rodar. Em seu conteúdo, seu recheio é muito bom, enquanto no acabamento, foca mais no visual do que no material, buscando o que encanta aos olhos.

Em dias atuais, mais qualidade nos materiais significa maior preço, infelizmente. E este último, já está bem alto… Agora é esperarmos pelo T-Cross 1.0 TSI, que realmente será o mais emplacado da gama.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X