Desligar o motor manualmente, em um carro que não tem start/stop, ajuda a economizar?

O sistema start/stop hoje já está bem difundido no segmento automotivo, até mesmo em países mais atrasados em tecnologia, como é o caso do Brasil.

Muitos não gostam do start/stop. Acham ele um equipamento irritante, e que deveria ser possível desliga-lo por completo.

Mas mesmo assim, temos que reconhecer que ele ajuda na economia de combustível de quem fica muito no anda e para do trânsito todos os dias.

Será que ficar desligando o motor manualmente, na chave, de um carro que não tem start/stop, pode ser uma boa ideia?

Vamos ver:

Quanto tempo o motor precisa ficar desligado para economizar combustível?

Mitos e contos criados por pessoas sem nenhum conhecimento técnico afirmam que é necessário um bom tempo com o motor desligado para o motorista começar a economizar de verdade.

Alguns chegam a dizer que somente a partir de três minutos desligado é que o motor lhe retorna essa economia.

A empresa Bosch, que desenvolve sistemas start/stop, informa, através de seu departamento de motores de partida, que motores com injeção eletrônica já começam a economizar depois de apenas três segundos desligados.

Os sistemas de alimentação modernos conseguem identificar a temperatura do motor, e dar a partida usando uma quantidade mínima de combustível.

Até por isso que o start/stop existe do jeito que é, senão, paradas de poucos segundos seriam o maior desperdício de utilização de motor de partida e bateria que existem.

Mas e então, desligar o carro manualmente traria uma boa economia, não é mesmo?

Até que traria uma certa economia, se não fosse alguns grandes problemas.

Vamos ver cada um deles:

1) Descarregamento da bateria

O primeiro problema é o grande risco de descarregar a bateria.

Os carros equipados com start/stop tem baterias especiais, mais parrudas, que suportam várias e várias partidas no mesmo dia, ou até mesmo em um intervalo pequeno de tempo.

Tanto que essas baterias são bem mais caras, muitas vezes passando dos R$ 1.000.

Os carros comuns não. Depois de poucas partidas, a bateria perde completamente a carga, e aí o risco é grande de ficar na mão no meio da rua.

Esse risco é ainda maior se seu carro já estiver com a bateria meio cansada.

2) Falta de uma verificação de voltagem inteligente

Outra coisa que o sistema start/stop faz é checar se a bateria está com uma voltagem boa o suficiente para desligar o motor e depois, logo em seguida, liga-lo novamente.

Se a voltagem estiver baixa demais, o motor não é desligado, para evitar o descarregamento da bateria.

3) Motor de partida que não aguenta

Uma questão importante é o motor de partida.

Os motores de partida convencionais tem durabilidade para cerca de 40.000 partidas.

Os voltados para carros com start/stop suportam até 250.000 partidas.

4) O motor do carro tem que ser diferente

E, por último, o próprio motor do carro passa por algumas modificações para ter o sistema start/stop.

Algumas delas incluem um novo volante do motor, bronzinas reforçadas e lubrificação melhor, pois o óleo desce para o cárter quando o motor é desligado.

O seu carro, com motor convencional, não tem um motor preparado para este esforço a mais.

Conclusão

A conclusão a que chegamos é que não é uma boa ideia ficar desligando o carro manualmente.

Se você quiser os benefícios do sistema start/stop no seu carro, compre um modelo que já tenha o equipamento.

Existem carros usados com preços na faixa dos R$ 50.000 com start/stop, e também carros 0km por menos de R$ 70.000 com o equipamento.

Aí sim você vai ter um carro mais econômico e também sem nenhum problema mecânico derivado de gambiarras.