O Ford Focus é um dos carros usados mais queridos e também um dos que trazem boas recordações para a maioria de seus donos, tendo passado no Brasil por três gerações.
Sempre argentino, o Focus substituiu aqui o Escort e o Verona, chegando com motor 1.8 16V Zetec, trocado pelo Zetec Rocam 1.6 8V e um 2.0 16V com câmbio automático de 4 marchas.
Na segunda geração, o Focus passou a usar o Sigma 1.6 16V e o Duratec 2.0 16V, também com opção automática de 4 marchas.
Esta pode-se dizer que foi a geração feijão com arroz, que não se destacava tecnologicamente, mas não dava muito trabalho aos donos.
Por fim, a terceira geração veio com o problemático câmbio de dupla embreagem Powershift da Getrag, que estragou a melhor geração do Focus, que pecava apenas por não ter motor EcoBoost.
Com polêmicas, como mudança de ano/modelo com seis meses, privilégio para troca de carro em meses e uma garantia de 10 anos para o terrível câmbio minaram o Focus em 2017.
Ainda assim, ele tem defeitos e problemas, dependendo da geração, mas mesmo assim, podem minar a decisão de compra de muita gente.
Focus G1 – válvula termostática
A primeira geração do Ford Focus sofreu bastante com o motor Zetec Rocam e seu defeito crônico, a refrigeração, que sempre deu dor de cabeça aos donos, especialmente em carros como o EcoSport.
O problema residia na maioria dos casos na válvula termostática, cuja carcaça de plástico ressecava e trincava, gerando vazamento ou simplesmente o travamento da mesma, permitindo assim o superaquecimento do motor com queima da junta do cabeçote e todo azar de coisas associadas.
Muitos donos de Focus G1 trocaram essa válvula duas ou três vezes, assim como sua carcaça, mas alguns resolveram a questão com uma carcaça de alumínio paralela, que realmente aguenta a temperatura elevada.
Ainda no Focus G1, outro defeito era a durabilidade das bieletas da suspensão, tanto dianteiras quanto traseiras, segundo os donos, gerando desconforto com ruídos e outros problemas.
Também tem muitos donos reclamando de defeitos elétricos, mais notadamente nas travas elétricas das portas e também no porta-malas, exigindo troca.
Um relato diz que o custo de um conjunto elétrico de travas saía por caríssimos R$ 350,00.
Focus G2 – coxins e falhas de mecânica
A geração G2 do Ford Focus poderia ter passado incólume com sua proposta conservadora, mas os proprietários reclamam de coxins de motor fracos, sendo que num dos casos, a troca teve de ser feita com menos de 100 km rodados!
Muitos donos trocam os coxins de borracha por um conjunto hidráulico, sendo esse mais eficiente em reter as vibrações, como dura muito mais no Focus.
Além disso, alguns reclamam de falhas no motor em baixa rotação, mas não especificam qual seria a origem do problema.
No primeiro Focus, as falhas vinham do combustível ruim, mas nestes são propulsores flex.
Dizer que o câmbio automático anterior do Focus era bom, não reflete a realidade, pois alguns donos dizem que ele tem problema crônico de sincronização de câmbio automático, que faz escapar marcha ré, de 1ª para 2ª ou de 3ª para 4ª marcha.
Em alguns casos, é preciso acelerar além de 4.000 rpm para a transmissão efetuar a mudança de marcha, mas mesmo assim, esses defeitos e problemas do Focus G2 automático nem chegam perto do G3…
Focus G3 – câmbio Powershift
O Ford Focus G3 é considerada a melhor geração do médio da marca americana, se ele for manual, já que os defeitos e problemas são do câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift de seis marchas.
Era para esse câmbio ser um rival acessível da caixa DSG da VW, mas fracassou enormemente ao apresentar inúmeros defeitos e problemas em vários modelos que ousaram oferecê-lo.
Com vibrações, ruídos, superaquecimento, bloqueio, travamentos e todo azar de coisas associadas, acabaram com a reputação da caixa da Getrag e da Ford, que chegou a retirar o nome do equipamento.
Tendo problemas em garfos internos de mudança de engrenagem e no terrível módulo TCM, que controlava (?) a coisa toda, o Powershift matou o Focus G3.
Isso porque essa geração vinha recheada de equipamentos e já era cara o suficiente para o câmbio manual não ser mais vantajoso, dada a preferência do consumidor.
Assim, a Ford sofreu diversos processos judiciais, assim como teve que criar um kit de reparo e ainda dar garantia de uma década para cada câmbio Powershift montado no Focus.
Com isso e mais a iminente mudança na Europa, a Ford já antecipava um futuro magro na região com o fim do Focus antes desse voltar para uma caixa automática normal, como feito nos Ka, Ka Sedan e Novo EcoSport.
Ford Focus – recall
O Ford Focus tem cinco chamadas abertas ainda no site de recall da marca, porém, a do Powershift nem é mais considerada um recall, mas um defeito crônico de fabricação que não precisa de convocação.
Assim, estão listados defeitos e problemas que forçaram a Ford a declarar recall do Focus, como o modelo 2004/2005, que trata da substituição do tubo de vácuo do servo-freio, por conta de uma não conformidade no processo de soldagem, no fornecedor, com a possibilidade de trinca ou ruptura na válvula do tubo de vácuo do servo-freio.
Com isso, é necessário um esforço adicional no acionamento do pedal do freio para garantir a eficiência normal do sistema, mas sem risco para segurança.
Já o Focus de 2005 a 2008 com transmissão automática, foi chamada por conta do cabo de controle da velocidade do piloto automático, já que pode gerar o travamento do pedal do acelerador em caso de interferência do cabo de controle de velocidade do piloto automático com o sistema de acionamento do cabo do acelerador.
No Focus 2010, o reservatório de partida a frio (“tanquinho”), trocado por vários donos do modelo por existir falha na vedação de um lote do componente mencionado, podendo ocorrer, em casos extremos, vazamento durante o abastecido com combustível.
Então, o Focus 2014 foi chamado por conta dos parafusos de fixação dos bancos dianteiros e traseiro dos veículos, por existir a possibilidade de impactos, existe o risco de deslocamento do banco, podendo causar lesões aos ocupantes do veículo.
Eis que finalmente chegaram os modelo G3, com os ano modelo 2015 e 2016, que sofreram com mudanças a cada seis meses.
Por fim, o Focus 2015/2016 saiu de cena com a mangueira de alimentação de combustível, que na hipótese de vazamento de combustível, há o risco de incêndio, com possíveis danos físicos aos ocupantes do veículo e a terceiros.
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