Barulhos na suspensão: dos motivos mais simples aos críticos

É muito comum o veículo apresentar barulho na suspensão e o cliente vir dizer: “ah, deve ser algo simples, acho que é essa peça, ou essa outra peça”.

Por acaso, quando você vai ao médico, diz que sua tosse pode ser isso ou aquilo? Acredito que não, caso contrário, por que estaria numa consulta médica? O mesmo vale para oficinas.

Quando há barulho na suspensão, pode ser algo simples, mas também pode ser algo mais crítico.

Isso é mais comum do que parece, e muitas vezes a pessoa dirige com o veículo fazendo barulhos e simplesmente ignora os ruídos, demorando para levar o carro à oficina.

Já pegamos casos em que a roda estava quase caindo literalmente, representando um risco de acidente gravíssimo. A manutenção do veículo é parte da responsabilidade do motorista enquanto está ao volante.

É bastante comum encontrarmos veículos com certa idade, especialmente com mais de 5 anos, apresentando barulho, como um rangido, que pode ser simplesmente devido às buchas de borracha.

Entretanto, ruídos como algo solto embaixo do veículo podem indicar problemas mais críticos, como caixa de direção, rolamento, pivô, terminal, braço axial…

Com o estado irregular de nossas estradas, é comum que essas peças sofram desgaste. Por exemplo, um pivô avariado pode fazer a roda simplesmente se soltar, o que já aconteceu comigo ao testar o carro de um cliente.

Já encontrei muitas situações em que mal podia acreditar como o veículo estava rodando daquela forma. O reparo dessas peças em alguns veículos pode ser caro.

Nem todas as marcas têm as buchas da balança (ou bandeja) de seus veículos disponíveis, por exemplo. Pode ser necessário comprar a bandeja completa. Uma caixa de direção hidráulica pode ser reparada por um profissional e ficar em bom estado.

Uma caixa de direção mecânica com assistência elétrica, que está presente na maioria dos veículos mais recentes, dificilmente é completamente silenciada por esse reparo, mas a melhoria geralmente chega a até 90%, visto que as buchas onde passa a cremalheira costumam sofrer com as irregularidades do terreno.

Nesse reparo, é feita a desmontagem do componente, a troca da bucha, a inserção de graxa e o ajuste da folga.

Quando é necessário trocar o rolamento da roda, geralmente também é preciso trocar o cubo. São raros os casos em que o cubo pode ser salvo.

Outro barulho muito comum, que nem sempre compromete a segurança, é nas bieletas. Essa peça, recomenda-se adquirir a original e genuína na concessionária, pois muitas marcas alternativas de preço baixo têm vida útil muito curta.

Amortecedores, coxins dos amortecedores, buchas da barra estabilizadora são peças que costumam gerar ruído.

Além disso, existem os coxins que sustentam o motor e a transmissão.

Geralmente, são quatro: um superior do motor (geralmente hidráulico em alguns modelos), um superior da transmissão, um inferior central e outro frontal.

Eles absorvem os movimentos do conjunto motriz do veículo. Em veículos com mais de 10 anos, é comum esses coxins estarem desgastados.

Além disso, podem ocorrer ruídos na pinça de freio simplesmente pelo uso de pastilhas paralelas.

Há também modelos em que há folga na ponta homocinética, geralmente em veículos automáticos, e é fácil de resolver: basta retirar a porca da ponta homocinética, removê-la do cubo, lubrificar ou trocar a arruela de pressão, apertar novamente e pronto.

Isso é perceptível geralmente em veículos automáticos, quando se muda da posição D para R com o veículo parado, ouve-se um estalo.

De qualquer forma, é importante estar atento a todos os tipos de ruídos, levar o veículo a uma oficina de confiança para identificar e verificar se é algo grave ou se pode ser reparado posteriormente.

Não corra o risco de ter um grave acidente por negligência. A vida sua e de terceiros pode estar em jogo.

Um barulho muito comum que parece ser de rolamento, e que pode ser identificado com o veículo no elevador, é quando os pneus estão escamados.

Isso geralmente acontece com uma marca muito conhecida que não vou mencionar aqui. Visualmente, é possível ver os gomos do pneu “escamados”.

Com o veículo no elevador, ao girar a roda, se não houver vibração na torre do amortecedor, significa que não há problema de rolamento, ou seja, é apenas o pneu.

Por Rafael Andrade