Baterias automotivas: tipos, amperagem, como cuidar

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As baterias automotivas são uma parte essencial dos veículos, sejam eles automóveis, motos, caminhões, ônibus, entre outros, mas tendo evoluído pouco ao longo de sua história.

Como uma parte importante do carro, a bateria precisa de cuidados por parte do proprietário e sua reposição precisa atender as especificações.

Com várias amperagens, as baterias automotivas funcionam com 12V ou 24V (caminhões e ônibus), sendo constituída de células de energia baseadas em chumbo-ácido.

Elas possuem amperagens a partir de 35A, sendo recarregáveis e fonte de energia para alimentação da partida do motor, iluminação e todos os sistemas elétricos do veículo.

Funcionando em conexão com o alternador, a bateria fornece energia para o motor de arranque, assim como para faróis, lanternas e iluminação interna, bem como sistemas de segurança.

Baterias automotivas – detalhes

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As baterias automotivas são equipamentos bem populares nos automóveis, caminhões, ônibus, motos, entre outros, tendo composição de chumbo-ácido, que produzem uma reação química que armazena uma carga elétrica.

Na bateria, existem células com terminal positivo, chamado cátodo, enquanto as células de polo negativo possuem os chamados ânodos.

Assim, no processo eletroquímico, geram trocam de elétrons, processo conhecido como oxirredução, onde há produção de energia elétrica a partir da ocorrência de oxidação e redução de espécies químicas.

A composição química tem chumbo e uma solução aquosa de ácido sulfúrico, que em baterias não seladas, exige a reposição da solução com água destilada, desmineralizada ou deionizada.

Já as baterias seladas não exigem esse complemento de solução aquosa, sendo assim mais seguras, especialmente por não ter o processo de abertura das células.

Ligadas ao sistema elétrico do veículo automotivo, as baterias garantem o bom funcionamento do carro e necessitam de atenção, especialmente em relação a usar o sistema elétrico irregularmente.

Carros modernos possuem sistemas de proteção de carga da bateria, evitando assim o descarregamento acidental do dispositivo, impossibilitando o veículo de funcionar.

De acordo com o dimensionamento e porte do veículo, a amperagem é alterada, iniciando em 35 amperes para carros com menos recursos elétricos, ainda que não sejam os carros mais simples.

A média é de 60 amperes, suficiente para um carro compacto com itens básicos de segurança, conectividade e iluminação, além da partida.

Fabricada no Brasil, a bateria automotiva é um item reciclável e na hora da troca, as lojas de autopeças compram a carcaça, sendo essa reaproveitada na indústria.

Baterias automotivas – tipos

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SLI Flooded – As baterias automotivas com esta sigla para Starting, Lighting, Ignition ou Partida, Iluminação, Ignição, Inundada, são um tipo de bateria mais comum com oferta em praticamente a grande maioria dos carros no mercado brasileiro.

Ela é popularmente conhecida como “bateria selada”, sendo ela de chumbo-ácido com 12V, mas podendo ter 2V, 6V e 24V.

A bateria selada é conhecida assim por evitar o vazamento de ácido, pois, não há nenhum acesso ao elemento químico dentro das células de energia, aumentando assim a segurança.

Além disso, a SLI Flooded ou “selada” dispensa manutenção, ou seja, ele não necessita que se complete o fluido com água desmineralizada, por exemplo.

Em seu interior, a água pura está presente em quantidade suficiente para durar toda a vida útil da bateria de chumbo-ácido.

AGM – As baterias Absorvent Glass Mat ou manta de fibra de vidro absorvente, são um tipo mais avançado de bateria de chumbo-ácido com absorção total dos eletrólitos (solução ácida) em suas células.

Isso permite que ela tenha maior robustez para suportar as exigências de carros de alto desempenho, mantendo os eletrólitos em suspensão e separadas por meio dos separadores de fibra de vidro absorvente, mantendo o contato com as placas das células.

Além de entregar um maior desempenho energético, tem mais eficiência no armazenamento de energia e durabilidade superior.

Tal como a EFB abaixo, a AGM também dispensa manutenção, tendo ainda baixa liberação de gases e redução do consumo de água, assim como vida útil três vezes maior que a bateria comum (SLI).

Uma bateria AGM é indicada para carros com sistema Start&Stop ou carros de alta potência, como modelos esportivos com motor V8 e superesportivos.

EFB – As Enhanced Flooded Battery ou baterias convencionais melhoradas, são baterias de chumbo-ácido mais modernas e recomendadas para motores com sistema Start&Stop.

O sistema Start&Stop é um dispositivo que usa um motor elétrico-alternador para religar o propulsor, sendo ele acionado pela correia em V e assim girando o virabrequim.

Como esse sistema desliga e religa o motor em segundos, quando o carro está parado, engatado e o motorista com pé no freio, a bateria precisa ser robusta para uma série de partidas muito maior que o normal.

Baterias automotivas – amperagens

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As baterias automotivas são classificadas primeiro por amperagem e depois por tamanho e forma, mas estas últimas variam de acordo com as marcas e modelos de veículos.

Já a amperagem é a medida da sua energia, baseada em relação ao seu consumo gasto por hora.

Basicamente a amperagem é a força que a bateria tem que fazer para distribuir eletricidade para vários componentes do automóvel, entre eles motor de partida e sistemas elétricos do veículo.

Assim, quanto mais completo for o veículo, mais alta será a amperagem de bateria, exigindo até 120 amperes ou mais, ainda que a menor se inicie em 35 amperes.

Itens como ar condicionado, direção elétrica, vidros elétricos, retrovisores elétricos, travamento elétrico, sistema de áudio ou multimídia, limpador traseiro, faróis de neblina, teto solar elétrico, entre outros, contribuem para aumento do consumo de energia.

Então, quanto mais simples o carro, mais barata será a bateria, elevando o preço da bateria de acordo com a quantidade de equipamentos a bordo.

Na hora da troca, é importante seguir o que indica o manual do proprietário, substituindo a bateria usada por uma equivalente, sem alteração de amperagem, pois, pode resultar em danos e alto consumo de energia.

Existe uma atenção especial para carros com sistema Start&Stop, o que não é nada raro em carros brasileiros, tendo sido usado até carros populares.

Este último tipo é conhecido como AGM ou EFB, sendo dois tipos de baterias que não podem ser substituídas por modelos normais, como a SLI.

Baterias automotivas – marcas

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Moura

A Moura é a marca mais conhecida de baterias automotivas e possui tanto os tipos SLI Flooded quanto as AGM e EFB, sendo que uma bateria SLI de 60 amperes da marca custa em média R$ 473.

Ela é fornecedora de vários fabricantes de veículos no Brasil e tem mais de 40 mil pontos de venda, além de 80 distribuidores próprios.

A Moura atua em automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, tratores, barcos, motos e industriais.

Uma bateria EFB de um Jeep Compass, por exemplo, custa R$ 1.079, enquanto uma AGM para o Chevrolet Camaro da geração atual, por exemplo, sai por R$ 2.226.

Heliar

A Heliar é outro fabricante de baterias automotivas bem conhecido com duas linhas do tipo SLI, sendo uma de baixa amperagem (Original) e outra com maior amperagem média (Super Free).

Ela também tem baterias EFB e AGM, com as SLI custando a partir de R$ 453 na Original e R$ 440 na Super Free.

Já os tipos EFB e AGM partem de R$ 629 com 60 amperes na primeira e R$ 2.479 com 95 amperes no segundo caso.

A AGM da Heliar começa em 60 amperes e vai até 105 amperes, lembrando que serve também para carros Start&stop, assim como a EFB, porém, é bem mais cara.

Bosch

A Bosch é o maior fabricante mundial de sistemas automotivos e tem baterias, com a SLI de 60 amperes custando em média R$ 440.

Ela ainda tem EFB com preços variando de R$ 577 a R$ 1.634, dependendo da amperagem e da proposta do veículo.

Já a AGM da Bosch varia de 1.270 a R$ 2.160, com amperagem média de 60ah e 80ah.

Cral

A Cral tem uma linha variada de baterias, incluindo para motores diesel, flex, moto e até para som automotivo, além de um modelo EFB.

A vantagem da Cral são os preços, que começam em R$ 260 para unidades SLI de 60 amperes, por exemplo.

Uma EFB, contudo, sai em média R$ 550, porém, ainda é mais em conta que das marcas citadas acima.

AC Delco

A AC Delco é um fabricante de baterias da General Motors, sendo assim seu fornecedor de longa data e com longa história junto à montadora americana.

Com poucas informações em seu site, que parece parado no tempo, as baterias dessa marca são boas, no entanto.

No mercado, as baterias SLI começam em R$ 487, enquanto a EFB parte de R$ 799 e a AGM da AC Delco começa em R$ 1.314.

Baterias automotivas – como cuidar

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As baterias automotivas precisam de cuidados para haver uma vida útil maior, mais segurança e eficiência em seu funcionamento.

Já foi o tempo em que se vendiam baterias que precisavam de manutenção, a tradicional complementação de água, sendo agora disponíveis apenas baterias seladas ou SLI Flooded.

Com tempo de vida de pelo menos dois anos, chegando as mais modernas a quatro ou cinco anos, as baterias automotivas precisarão ser trocadas com o tempo e precisam de certa atenção.

Como já mencionado na matéria, o principal ponto onde o consumidor precisa se atentar é a amperagem, que varia de acordo com a quantidade de equipamentos ou sofisticação do carro.

As menores baterias são de 35 ou 36 amperes, passando até de 120 amperes, mas dependendo muito da aplicação.

Um Honda Fit, por exemplo, tem bateria de 36 amperes, enquanto um Chevrolet Camaro tem bateria de 80 amperes.

Assim, na hora de comprar uma bateria, ela precisa ter a mesma amperagem que a original, caso contrário, poderá haver consumo excessivo de energia e falhas.

Para ela durar mais tempo, evite manter dispositivos elétricos ligados durante a partida, ligando-os somente após a ignição.

Ar condicionado, sistema de áudio ou multimídia, faróis e luzes acesas podem ser desligados antes da partida, o que ajudará em sua vida mais longa.

Outro ponto importante é evitar deixar dispositivos ligados dentro do carro, o que consumirá energia da bateria.

Em carros mais antigos, esquecer lanternas nos faróis ou mesmo o conjunto ótico ligado não é nada raro, sendo facilmente notado nas ruas, com os veículos parados sem ninguém dentro.

Alguns modelos possuem até alerta de farol ligado, mas isso também não evita que se esqueça faróis e lanternas ligados numa saída apressada, por exemplo.

Atente-se também em carros com luz no porta-malas, pois, em caso de fechamento irregular da tampa, mais notadamente em casa, pode acabar em descarregamento da bateria.

Nos carros mais modernos, existem sistemas de proteção de bateria, que desligam todas as funcionalidades ao girar a chave ou apertar o botão para desligar o motor, com outros desativando tudo ao travar da porta.

Carros com nível mais elevado de proteção até desativa o sistema de áudio ou multimídia com o motorista dentro com o motor desligado.

Para garantir a segurança ao longo do tempo, mantenha os terminais dos polos positivo e negativo limpos, de modo a evitar a formação de oxidação e ferrugem, o que pode gerar um curto-circuito, além de fuga de corrente.

Os carros geralmente possuem capas de seus conectores e as baterias possuem protetores dos polos, sendo estes até vendidos separadamente.

A mistura de água com bicarbonato de sódio é suficiente para se limpar corretamente esses terminais da bateria.

Também nunca deixe o carro parado por muito tempo sem ligar o motor, pois, a carga da bateria vai decaindo, mesmo que não haja nenhum dispositivo elétrico ligado.

Assim, dê a partida no motor por pelo menos uma vez por semana, mantendo-o ligado por cinco minutos, de modo o alternador possa recarregar completamente a carga da bateria.

Isso evitará surpresas quando se precisar do carro e não houver carga suficiente para dar a partida no propulsor, necessitando assim de uma carga lenta ou a chamada “chupeta” em caso emergencial.

Caso o carro precise ficar muito tempo parado e sem partida, desconecte os terminais da bateria para evitar que a carga seja drenada, permitindo assim que após um longo período, se possa religar o motor normalmente.

É importante também ficar de olho no alternador, pois, em carros mais antigos, ele pode apresentar alguma falha e, se isso ocorrer, ele não carregará a bateria, impossibilitando assim a partida.

Evite conectar outros aparelhos à bateria, como lampada ou sistema de som que, caso seja um sistema mais robusto, pode assim ter uma bateria dedicada.

Por fim, evite a descarga completa da bateria, o que pode comprometer sua capacidade de armazenamento de energia, devendo antes disso, fazer uma carga lenta ou a conhecida “chupeta” com a bateria de outro carro ligado.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X