Carro da semana, opinião de dono: Fiat Palio Sporting 1.6

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Olá galera. Primeiro, um histórico da compra do carro. Como a maioria deve saber, a Fiat teve problemas para entregar os pedidos após o lançamento do Novo Palio (talvez ainda tenha, não sei como está no momento), especialmente da versão Sporting.

O meu não foi exceção. O pedido original foi feito no dia 17/12/2011, de um Palio Sporting 1.6 16V manual, vermelho Modena (sólida) com os kits Emotion 2 (faixa vermelha no painel, apoio de braço central e acabamento interno com mais detalhes em vermelho) e Evolution 2 (rádio Connect e retrovisores elétricos), mais parafusos antifurto das rodas, vidros elétricos traseiros e volante em couro com comandos dos rádios.

Na época (sem a redução do IPI), o valor do pedido era algo em torno de R$ 44.000.

Não que eu tenha que me justificar pela escolha, mas na época, a versão Sporting era a única que oferecia airbags e freios ABS (kit HSD) de série.

Para equipar a versão Essence com os mesmos itens, a diferença era bem inferior a R$ 1.000.

A Sporting ainda conta com suspensão rebaixada em 20 mm, bitola alargada (dianteira em 6 mm e traseira em 10 mm), a direção tem relação mais direta, o diferencial é mais curto, suspensão e amortecedores mais rígidos.

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As rodas de liga leve da Sporting também são maiores em relação às da Essence (16” contra 15”), além de calçarem pneus mais largos e de perfil mais baixo (195/55 R16 contra 185/60 R15). Fora é claro, as diferenças visuais. Depois de algum tempo, a Fiat começou a incluir o kit HSD de série para as versões Essence e Attractive 1.4.

Pois bem, pedido feito, o prazo para entrega era de 60 dias no momento. E não foi cumprido. Com diversas datas de entrega prometidas, após 90 dias de espera o carro sequer havia sido fabricado.

Fiz diversas reclamações no SAC da Fiat, na sua página do Facebook e inclusive uma aqui no NA. Já estava na segunda quinzena de Março e estava procurando outros carros que tivessem à pronta entrega.

Eis que lá pelo dia 20, numa ligação ao vendedor da concessionária, “surgiu” uma unidade sem dono no sistema da concessionária.

É o das fotos, na versão Sporting Dualogic, apenas com kit Evolution 2 e volante em couro com botões do rádio, no valor de R$ 45.500. Depois de negociar com o gerente, a concessionária arcou com os custos da documentação e emplacamento, o que seria um desconto de pouco mais de R$ 1.000.

Na época, a versão com câmbio automatizado era a única que contava com piloto automático de série (opcional para as versões 1.6 com câmbio manual atualmente).

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O carro foi retirado no dia 29/03/2012, mal lavado e com um problema na fechadura da porta traseira direita. Não abria por dentro, mas não era a trava para crianças que estava com problema.

A peça foi trocada em garantia no dia seguinte e o problema foi resolvido. Aproximadamente um mês após, o rádio começou a apagar e a “solução” que encontrei foi remover e instalar novamente o respectivo fusível.

Tive problemas também com a borracha de vedação do arco da porta do motorista, que veio presa fora de posição pelo painel do carro. Esta foi substituída em garantia.

Quanto ao rádio, foi feita uma atualização no software que parecia ter resolvido o problema, até algumas semanas atrás, quando o problema voltou. Fui informado que o rádio será então enviado para a assistência técnica, mas farei isso na próxima revisão apenas.

O carro também apresentou ruídos no acabamento da coluna A esquerda (resolvido com calços de espuma), ruídos no banco do motorista (estes ainda persistem mesmo depois de reparo) e ruídos no fecho direito do mecanismo de trava do encosto do banco traseiro (resolvido).

Para completar, os acessórios instalados na concessionária foram os parafusos antifurto das rodas, alarme e protetor de cárter. O carro atualmente está com 11.500 km aproximadamente e foi feita a troca de óleo e filtro com 7.500 km, pois se enquadra no uso severo. Dito isto sobre a minha unidade, vamos à avaliação do carro em si (notas de 0 a 10).

Notas do Fiat Palio Sporting

Preço – Tirando o fato de carros em geral no Brasil são absurdamente caros, eu vejo esta configuração como mediana. É um pacote completo de equipamentos, apesar de pessoalmente considerá-los básicos, sendo que ainda conta com alguma exclusividade por conta do visual.

Peca por não trazer itens mais básicos de série, como vidros elétricos traseiros, protetor de cárter e alarme. Na versão Dualogic, as borboletas no volante também deveriam ser de série. A garantia também poderia ser maior (de apenas 1 ano).

Nota 6.

Desempenho – O motor E.torq é bem esperto e acompanha com certa facilidade carros com motores 1.8 e alguns 2.0. Seu melhor rendimento é acima de 4 mil RPM, mas ele já entrega força suficiente aos 2,5 mil RPM.

Abaixo disso ele é indisposto. O câmbio Dualogic entrega o que promete: conforto no modo automático e interação no modo sequencial. É preciso aprender a usá-lo para extrair o melhor dele, mas é bem fácil e vem bem explicado no suplemento que acompanha o manual.

Mesmo assim, alguns engasgos ainda podem ser percebidos em algumas situações. Nada comparado à geração anterior, a do Stilo (já dirigi alguns). Em algumas situações, o câmbio fica indeciso sobre qual marcha engatar.

Ainda não conheço o câmbio Dualogic Plus que promete resolver esses problemas e adicionar conforto com o “creeping”. O diferencial encurtado compensa os tempos de troca mais lentos do câmbio automatizado, mesmo com o modo Sport ativado.

Nota 8.

Dirigibilidade – O carro é bem assentado, mesmo nas versões “normais”, como a que fiz o test-drive (Attractive 1.4). Inclina pouco nas curvas e filtra bem as imperfeições do piso. A versão Sporting é melhor ainda.

Não chega a ser dura, mas é notável a melhora na estabilidade e no “feeling” da pista. Se abusar, os pneus cantam e o carro sai levemente de dianteira, mas é facilmente controlável e não passa insegurança. Pra quem vai no banco de trás, é um pouco desconfortável, como a maioria dos carros com barra de torção atrás.

Nota 8.

Segurança – Os freios atuam bem e param o carro com segurança sem maiores problemas. O ABS atua bem e como esperado. Oferece airbags laterais por um preço razoável, mas que aproxima demais o valor do carro de categorias acima, mas é um diferencial para o segmento.

A Fiat poderia aproveitar a inspiração de casa (do 500) e oferecer freios à disco nas rodas traseiras, pelo menos nas versões 1.6. A visibilidade é boa em todos os lados.

Nota 7.

Consumo – Percorro aproximadamente 50 km por dia, sendo quase tudo em trecho urbano muito congestionado. Com etanol (que é mais vantajoso na região onde moro e com o consumo do carro) faço a média de 7 km/L.

Com o ar-condicionado ligado essa média cai para 6,5 km/L. Em períodos de férias escolares, onde o trânsito fica mais condizente com o “normal” de um trecho urbano, o rendimento vai para 7,5 km/L.

Com gasolina a média é de 8,5 a 9 km/L. Na estrada, com etanol a média é de 10,5 a 11 km/L e 13,5 a 14 km/L com gasolina. Essa variação se deve ao uso ou não do ar condicionado, na média.

Nota 6.

Conforto e conveniência – Apesar dos problemas que tive, o sistema de som é bom. Não impressiona, mas também não faz feio. Há conexões Bluetooth, USB e para iPod, mas mal localizadas, pois ficam dentro do porta-luvas. A ideia é evitar que o motorista as use com o carro em movimento, mas convenhamos que é melhor quando estão ao alcance das mãos.

Os comandos no volante ajudam muito, mas faltou o botão do telefone, apesar dele estar bem próximo do volante. O piloto automático é muito bom e torna as viagens muito mais confortáveis e o comando é bem fácil, apesar de não ficar visível, escondido pelo volante.

Os comandos e funções do computador de bordo são bons e, apesar de não parecer, ficam bem localizados. O que não é bem localizado é o comando dos retrovisores, que deveriam ficar no apoio de braço da porta.

O ar-condicionado é eficiente, mas o comando de recirculação poderia ser por botão. Acionamento automático do limpador traseiro ao engatar a ré ajuda quando está chovendo (quando o limpador dianteiro esta ligado).

Nota 7.

Vida à bordo – O espaço interno é condizente, melhor pra quem vai na frente. O teto alto garante espaço para a cabeça de todos. Se os bancos dianteiros estão ajustados para pessoas de mais ou menos 1,80 m, a parte de trás recebe bem quem tem até 1,70 m. Mais que isso começa a ficar espremido.

O banco do motorista tem ajuste de altura, assim como a coluna de direção e é fácil achar a posição de dirigir. O porta-malas é razoável para até 3 pessoas. São poucos porta-objetos, mas os existentes são bem úteis.

Nota 8.

Acabamento – Plásticos duros por todos os lados, como manda o segmento, mas apresentando diferentes texturas e cores, o que acaba dando um bom visual. Pude ver a série especial Interlagos no Salão do Automóvel 2012 e nela o esquema de cores dos plásticos é melhor, mais escuro. Os encaixes são bons e quase não existem rebarbas.

Nota 8.

Nota média – 7,25

Por Daniel Lacerda Ribeiro

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.