Carro da semana, opinião de dono: Ranger XLS Flex 2014/2015

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Olá pessoal, meu nome é Leonardo, tenho 23 anos, sou Engenheiro Civil e moro em Goiânia/GO.

Acompanho o Notícias Automotivas a cerca de 3 anos e sempre desejei contribuir com o site, porém nunca sobrou tempo. Espero que meu relato não fique extenso e cansativo, pois sou bem detalhista. Fico a disposição para responder perguntas e dúvidas de todos após a publicação.

O modelo que vou relatar é a Ford Ranger XLS 2.5 16v 4×2 Flex 14/15, que adquiri em dezembro de 2014, porém também vou falar um pouco do antigo veículo (Renault Sandero Expression 1.6 8v 12/13) pois ele teve papel importante no processo de compra e terá ao longo do relato.

1 – A COMPRA

Bom, trabalho numa empresa de Engenharia desde 2012, onde comecei com estagiário trabalhando com projetos sempre dentro de escritórios, porém sempre sonhando em me formar, sair do escritório, ver as obras acontecerem e claro, receber um salário adequado ao cargo/função que iria ocupar.

Felizmente meu sonho se realizou em outubro de 2014, quando recebi uma proposta para trabalhar com as sonhadas obras.

A proposta era a seguinte: eu saia do escritório, seria promovido para Engenheiro, salário aumentado, celular, combustível, porém deveria adquirir um veículo utilitário para fazer transporte de ferramentas, materiais de construção, etc. entre as obras.

As obras ficam no entorno de Goiânia, sendo a mais próxima 40km e a mais distante 200km. Estava muito feliz com meu Sandero 1.6 Expression, que estava com apenas 24 mil km e não pretendia trocar por nenhuma Saveiro, Strada, etc.

Na época tentei negociar o salário e pegar um carro da empresa, porém não deu certo. O histórico de problemas que enfrentei com carros da empresa também é grande e acabei ficando com meu carro mesmo. Hoje vejo que foi a melhor escolha.

Como tenho familiares no interior, moro com meu irmão mais novo e sempre viajo com carro cheio e muita bagagem, uma Saveiro ou Strada não me atenderiam por carregar 2 pessoas somente.

Não considerei estes modelos com cabine dupla pois além de serem horríveis, a caçamba fica muito pequena, não me atenderia, fora o preço ser bem salgado.

A primeira ideia foi adquirir uma Saveiro ou Strada usados e continuar com o Sandero. Porém fiz as contas e não seria viável pois seriam dois seguros (meu seguro é muito alto devido à idade e Goiânia possuir alto índice de roubos), alugar garagem extra, duas manutenções, etc.

Nem cogitei adquirir estes veículos novos pelo preço salgado, a Strada completa chegou a bater mais de R$ 81.000… Um absurdo! Tivemos muitos Fiat’s na família, sei dos pontos positivos e sei também que jamais pagaria este valor por um.

Bom, desisti destes modelos e fui para as Pick-ups, enquanto isso estava andando com meu Sandero em estradas esburacadas, arrebentando a suspensão, deitando os bancos para carregar coisa, sujando o carro todo por dentro, porta-malas, bancos, etc.

Comecei a olhar pick-ups seminovas, todas Flex, pois 90% do tempo que estivesse andando com o veículo, o combustível seria fornecido pela empresa, a manutenção e seguro são praticamente metade do preço da pickup a diesel, fora o preço mais elevado para adquirir uma Diesel.

No mercado encontrei boas opções, porém todas estavam bem rodadas. Encontrei uma S10 com um ano de uso e mais de 70 mil km rodados.

A diferença de preço das seminovas para as novas estava em torno de R$ 10.000 a R$ 15.000. Como o veículo seria financiado, a taxa seria maior e a diferença no final seria pequena.

Tive ainda duas oportunidades de amigos, a primeira uma GM S10 LTZ 2.4 (140 cv) Flex 2014, estava com 10 mil km, porém o amigo queria um valor muito alto e na época a GM já tinha lançado a nova versão da S10 com novo motor 2.5 (200cv), câmbio de 6 marchas e suspensão renovada. Achei a opção do amigo cara e defasada.

Tive outra oportunidade de uma Mitsubishi L200 2.4 Flex 2014 com pouco mais de 20 mil km rodados. O valor estava justo e a caminhonete muito nova, decidi fechar, porém faltava uma parcela para o rapaz quitar.

Eu até iria esperar, porém na semana seguinte da nossa conversa, o mesmo se envolveu em um acidente, caiu dentro de um rio, deu PT no veículo e o motorista e amigo infelizmente faleceu.

Portanto, parti para as concessionárias atrás das novas.

GM – S10

Fui em duas concessionárias da GM de Goiânia, de cara o péssimo atendimento. Entrei na loja tive que ir atrás de vendedor. Acho que estavam ocupados demais vendendo Onix.

Enfim, sem veículo para Test Drive, sem vontade de vender fui para a próxima.

Alguns dias depois passei por um evento “Off Road” da GM onde estavam testando as S10 e Trailblazer, lá fui muito bem atendido, fiz test drive na Nova S10 com motor 2.5, me agradou bastante, porém a versão LTZ beirou os R$ 100.000,00 (câmbio manual), tinha a versão LT porém com acabamento muito ruim, rodas de ferro, quase um Celta por dentro, muito simples mesmo por pouco mais de R$ 85.000,00.

Porém, não estava descartada devido ao novo motor, câmbio e suspensão.

Mitsubishi – L200

Recebi o melhor atendimento dentre todas as concessionárias que já entrei, desde quando me entendo por gente. A vendedora me apresentou muito bem o produto que tinha, uma L200 HLS Flex, com acabamento espartano, mas atendia minha necessidade.

Solicitei um test drive e a vendedora disse que não possuía nenhuma Flex para test drive, falei que não daria para comprar sem dirigir, sem hesitar ela pegou uma do pátio e trouxe.

Veículo muito bom, já havia dirigido modelos a Diesel, porém essa tinha uma melhoria na suspensão que a deixou muito bem acertada, posição de dirigir boa, porém o barulho do motor invadia muito a cabine, o isolamento era pior que o do Sandero.

Fiquei decepcionado com essa parte, ela disse que era característica do veículo, enfim não agradou. Também achei a caçamba pequena, se comparada as concorrentes.

A pedida era de pouco mais de R$ 82.000,00.

De todas que já dirigi (além deste test drive), com certeza é a melhor caminhonete para o fora de estrada. Não estava descartada. Ainda tenho vontade em ter uma a Diesel.

Toyota – Hilux

Fui até a Toyota e o atendimento não foi muito bom. Eu estava a procura da versão mais simples com câmbio manual, porém essa versão só existe no papel, na prática é difícil encontrar este modelo para venda e test drive.

Fui até a concessionária já sabendo que o consumo do motor 2.7 Flex é bem elevado (dois colegas do trabalho possuem) e que logo o veículo iria sofrer severas mudanças.

Enfim, nas concessionárias de Goiânia só tinha a versão SRV completa, automática por mais de R$ 100.000,00. Preço impraticável, chegando perto de caminhonetes a diesel.

Além do interior e exterior que na minha opinião são horríveis, tem um detalhe cromado no painel, achei bizarro, a caçamba acho que é a menor da categoria e tem alto índice de roubos. Descartada.

Volkswagen – Amarok

Bom, nem fui em nenhuma concessionária, pois só existem versões movidas a Diesel. Se tivesse alguma versão Flex com certeza iria olhar. Na empresa tem uma frota de quase 100 carros e muitas caminhonetes, a maioria são Amaroks.

Muito boa na estrada, parece um carro sedan, muito boa de curvas, econômica, boa posição de dirigir. O que mata são os encaixes do câmbio, apesar de possuir 6 marchas e melhorar bastante o consumo. O conjunto agrada.

Mas não teria uma a Diesel, aqui na empresa 4 (quatro) já fundiram o motor, fora os problemas elétricos com chicote e quando um dos turbos não funcionou e nem a concessionária conseguiu arrumar, teve que levar para uma oficina de carros importados para resolver o problema.

A manutenção é salgada também.

Nissan – Frontier

Pelo mesmo motivo da Amarok, nem cheguei a visitar nenhuma concessionária. Não existe Frontier Flex. Também temos algumas na empresa, o veículo é bom, porém a falta de peças atrapalha, nunca nenhuma fundiu o motor.

Ford – Ranger

Bom, na Ford o atendimento foi semelhante ao da Mitsubishi, vendedores bons, com bastante conhecimento e atenciosos. Já me agradou de cara.

Um colega do trabalho possui uma Ranger 2013 Flex com mais de 70 mil km e nunca teve nenhum problema, só elogios, ele pegou uma Hilux Flex depois e reclamou que o consumo é bem mais alto e que anda menos que a Ranger.

Tenho um tio que já teve essa Ranger Flex e sempre elogiou bastante, trocou pela Hilux Flex pois queria câmbio automático. Como já tinha uma referência boa do veículo, sabia do histórico do motor 2.5 que equipava o Fusion, fiquei bem animado com a Ranger.

Passei em um evento “off road” da Ford, onde dirigi o veículo, os ângulos de entrada e saída muito bons, o câmbio manual com engates curtos e precisos, lembrando os carros da VW, motor com bom torque, melhor posição de dirigir… estava disposto a fechar.

A pedida era de R$ 85.000,00 pela versão mais simples, a XLS. Negociei com o vendedor que conseguiu abaixar para R$ 81.000,00, achei melhor pegar um veículo zero pois iria rodar muito nos próximos meses e sabia que em 2015 os preços iriam subir. Hoje esse modelo é oferecido por R$ 90.700,00.

Ah e o Sandero? Bom… dentre todas as concessionárias, a que pagaria melhor por ele era a Mitsubishi, as outras eram mais ou menos o mesmo valor.

Iria entregar ele pra Ford, já estava decidido, porém meu pai sempre gostou muito dele (nunca tivemos Renault em casa) e na hora que fechei ele não quis deixar eu entregar ele, pois estava muito novo, ainda na garantia.

Ele vendeu a caminhonete dele que estava com mais de 100 mil km, me deu o valor do Sandero e pegou o Sandero para ele.

Disse que depois compra outra caminhonete e passa ele para meu irmão ou faz qualquer outro negócio. Enfim, fiquei feliz pois ele continuou na família.

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2 – ACESSÓRIOS

Como disse o amigo Antônio Moreira em seu relato sobre sua L200: Acessórios – O grande problema de quem compra uma caminhonete.

Bom, definida a compra fui para o setor de acessórios, como há algumas semanas já sabia que iria acabar ficando com uma pickup comecei a procurar os acessórios fora da concessionária e os preços eram bem diferentes (menores), porém na concessionária tinha maior prazo de garantia e parcelava no boleto.

Coloquei pela Ford o protetor de caçamba, lona marítima, sensor de estacionamento, trava no estepe, santoantonio, estribos, soleiras, bancos e revestimento nas portas em couro e insulfilm.

Tudo isso chegou próximo dos R$ 9.000,00, chorei por desconto, fui atrás do vendedor, falei que ia cancelar a compra, falei com gerente, no fim caiu para R$ 4.625,00 parcelado em 6x no boleto.

Pediram R$ 1.500,00 para emplacar, valor que caiu para R$ 700,00 após passar orçamento de despachante conhecido.

3 – ITENS DE SÉRIE

Apesar da versão XLS ser a mais simples, ela vem bem completa na versão 2014 e acho que a única coisa que preciso além disso em um veículo seria o câmbio automático, fora isso todos os itens que vem na Ranger me atendem muito bem.

Os itens são: faróis de neblina, controle de som e piloto automático no volante, sistema multimídia Sync Radio AM/FM, CD player MP3, USB/iPod, Bluetooth, Tela de LCD multifuncional colorida no painel central de 4,2”, 4 alto-falantes, 2 tweeters, comandos de voz com funções de áudio e telefone, App Link e Assistência de Emergência, Ar condicionado, direção hidráulica, 2 Air bags frontais, freios ABS com EBD, retrovisor com ajuste elétrico, roda de liga leve 16” e travas e vidros elétricos.

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4 – CONFORTO

Gostei muito do espaço interno do veículo, os passageiros sempre elogiam, as cores do painel de instrumentos agradam, a posição de dirigir é excelente, a visibilidade muito boa, o volante tem tamanho ideal, os controles são de fácil acesso.

Os comandos de voz via Bluetooth funcionam de verdade, o som é ótimo, o Sync roda meu iPod de 120 GB com mais de 15.000 músicas com muita facilidade, sem travamentos, coisa chata que às vezes acontecia no Sandero.

Mas são três itens que merecem grande destaque na Ranger e que não senti a mesma qualidade em outras pickups que dirigi: Isolamento acústico, retrovisores com ótima visibilidade e os faróis. O isolamento acústico é incrível e sempre recebe elogios (quando dirigi o Sandero de novo fiquei abismado).

Os retrovisores são ótimos, muito grandes e consigo ver tudo, tem um formato “widescreen”, é um dos pontos fortes da Ranger, quando eventualmente entro em outras pickups a diferença é gritante.

E por último os faróis, a noite eles tem um alcance muito bom, faço viagens a noite tranquilamente e nunca passei por nenhum apuro.

Uma curiosidade na Ranger são uns compartimentos que ficam embaixo dos bancos traseiros, possuem um tamanho bom e são muito úteis.

Achei o acabamento de modo geral muito bom para uma versão de entrada, os encaixes, maçanetas, tampas, botões, porta objetos e painel em geral. O painel é emborrachado e resistente.

5 – DIRIGIBILIDADE

A suspensão é bem parecida com a da Amarok, muito boa de estabilidade e curvas.

Quando pego uma estrada com pista duplicada gosto de andar rápido, então fiz viagens sob chuva forte (veja aqui os carros mais baratos com sensor de chuva) e a Ranger se mostrou bem estável sempre. Ela não fica pulando igual Hilux e L200, mas também não chega a ser dura.

Apesar de ser minha primeira pickup, tivemos na família e sempre dirigi as da empresa, então o tamanho não atrapalha na cidade, com sensor de estacionamento encontro vagas com facilidade e não sofro com o tamanho dela. Na garagem do prédio também, tudo tranquilo.

O motor 2.5 16v Flex 173cv não faz feio no trânsito e nem na estrada, o câmbio tem engates curtos e precisos e isso ajuda muito.

Pelo fato de ser 16v, sempre tem potência em qualquer rotação, então o veículo agrada tanto na estrada quanto na cidade. Ao contrário do Sandero, que era muito bom na cidade, porém na estrada sofria e bebia muito por ser 8v.

Já falei do câmbio, engates curtos e precisos, porém acho que a Ford errou em colocar o câmbio de 5 marchas, poderia colocar o de 6 marchas que equipa a Ranger com motor 2.2 Diesel.

Sempre estou carregando alguma coisa na caçamba da Ranger, a maior carga que já levei foi uma máquina de fazer meio fio (+- 750kg), com 4 pessoas e outras ferramentas menores (tem foto do equipamento sendo descarregado).

Fiz uma viagem de 80 km com esse peso, saindo do centro de Anápolis até uma cidade próxima. Fiquei impressionado com o comportamento do veículo.

Na cidade enfrentava subidas e rampas com tranquilidade, não ficava balançando e na estrada a suspensão não ficou pulando por estar carregada, gerando instabilidade.

Digo isso pois já andei com S10 carregada e sofria muito para andar, além da instabilidade da suspensão.

A compra do santoantonio foi essencial, pois ele protege a cabine de cargas maiores, quando vou transportar alguma coisa comprida consigo apoiar nele e amarrar, e também fiquei sabendo que em casos de capotamento ele protege a cabine de amassar e consequentemente os ocupantes.

O veículo já se encontra com quase 10 mil km, fiz muitas viagens e sempre fiquei satisfeito com desempenho na estrada, sempre uso piloto automático e toda vez que tenho que viajar tenho que lavar a caçamba pois está sempre suja.

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6 – CONSUMO

Como já falei anteriormente, viajo muito então pego pouco transito. Quando ando mais na cidade, geralmente é fim de semana então o transito está bem tranquilo.

Devido a isso consigo boas médias de consumo. Os trajetos que faço durante a semana são curtos e pego pouco transito. Moro há 1 km do escritório da empresa, onde mais frequento durante a semana.

No início ela estava gastando muito, agora se aproximando dos 10 mil km gasta menos um pouco.

Na cidade: 5 km/l (Etanol) e 7 km/l (Gasolina). Na estrada: 7 km/l (Etanol) e 9 km/l (Gasolina). No circuito misto com gasolina ela está fazendo 8 km/l.

Em uma viagem já consegui 9,5 km/l na gasolina.

Tudo depende do pé do motorista. Essas médias de consumo relatadas são todas com ar ligado 80% do tempo e são as que aparecem no computador de bordo, mas sempre que faço as contas na mão, ele melhora um pouco.

Era assim com o Sandero também. Consumo como todos sabem depende do pé do motorista, espero que estes números melhorem após a primeira revisão. (com o Sandero foi assim)

7 – SEGURO

Tenho 23 anos, solteiro e moro numa cidade onde são roubados mais de 11 veículos por dia. O seguro mais em conta foi pelo Bradesco e ficou em torno de R$ 6.000,00.

Pagava quase R$ 3.000,00 no do Sandero. Enquanto não fizer 25 anos, vai ser caro assim, já me conformei.

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8 – PROBLEMAS E PÓS VENDA

Aqui começa a parte triste da história.

Bom, primeiro retirei o veículo da concessionária num sábado, o cara apresentou o veículo todo, achei interessante o jeito de tirar o estepe, mostrou tudo e saí da concessionária, na esquina vi que a luz da injeção eletrônica estava acesa, voltei até a concessionária, o rapaz olhou e falou que estava tudo normal que poderia ficar com o veículo no fim de semana e voltar na segunda para verem o que era.

Bom, fui para casa, chegando em casa o carro apaga do nada, dava partida e ele começou a engasgar e ficar apagando, foi uma loucura.

Logo imaginei que era combustível, coloquei o carro na garagem e mais tarde fui ao posto completar o reservatório de partida a frio (que é um detalhe interessante do veículo) e continuou do mesmo jeito, engasgando, apagando, não funcionava direito. Bom, sorte que o Sandero ainda estava comigo.

Na segunda feira fui até a concessionária com 12 pedras na mão, se não arrumassem o carro no dia, se fosse um problema mais sério já ia solicitar outro carro ou dinheiro de volta.

Na segunda ele foi até tranquilo até a concessionária, apagou poucas vezes, chegando lá o pessoal olhou e falou que era problema no módulo da injeção, ela estava abastecida com etanol, mas o sistema estava entendendo que era gasolina e por isso as falhas.

O mecânico reiniciou o módulo e tudo ficou normal. Foi um alívio. Problema resolvido.

Com pouco mais de 4 mil km rodados, precisei sair de última hora num sábado também para um velório, estava eu às 22 hs da noite na estrada, no meio do nada, quando de repente ela começa a falhar e perder força, o piloto automático desligou, o som desligou, o painel começou a piscar todas as luzes, os faróis apagaram e ela morreu no meio do nada. Estava só eu e a namorada.

Liguei o pisca, tentei dar partida e nada, nem sinal, como se estivesse sem bateria.

Passou uns 10 minutos tentei ligar de novo ela pegou, meti o pé no acelerador para chegar em um posto ou um lugar mais iluminado, onde estávamos nem celular pegava, consegui chegar num posto de combustível.

Parei, olhei o motor, não vi nada anormal, chamei frentista e mecânico, tudo parecia normal no motor e parte elétrica. O problema parecia ser na bateria.

Como o veículo estava na garantia nem pensei em seguro, na hora acionei a Ford. Mandaram táxi e guincho, chegaram em 40 minutos.

O táxi levaria para onde quisesse (acho que até 500 km) e o guincho levaria o veículo para qualquer concessionária da minha escolha.

Como não podia deixar de ir no velório, segui em frente de táxi e mandei o veículo para a cidade mais próxima. (Na cidade do velório não tem autorizada Ford)

Cheguei a tempo do enterro, no domingo não poderia fazer nada pois tudo estava fechado, só acompanhei pelo rastreador se o veículo estava mesmo onde deveria.

Estava na garagem do guincho aguardando a concessionária abrir na segunda para levar.

Me ligaram segunda feira da concessionária para falar o problema: um parafuso da tampa do coletor de admissão se soltou e caiu dentro do alternador travando o mesmo e impedindo o carregamento da bateria. Chance de acontecer: 0,0001%.

Me pediram 10 dias para chegar o alternador, comecei a rir pois precisava do carro para ontem.

Peguei o telefone e comecei a ligar em todas as concessionárias Ford do estado procurando a peça, encontrei em uma que mandou ainda na segunda feira, chegou na terça de manhã e falaram que estaria pronto às 14 horas.

A Ford mandou um táxi para me levar até a concessionária. Ficou pronto às 17 horas, porém o chefe da oficina não liberou o veículo, pois devido à pane elétrica, o hodômetro e computador de bordo sumiram, ficou tudo branco.

Tive que ligar na concessionária que comprei o veículo, falar com o vendedor, que falou com o chefe da oficina dele, que ligou para o chefe da oficina que eu estava e autorizou a minha saída, se responsabilizando por qualquer coisa que acontecesse.

Com alternador e parafuso novos, sem hodômetro e computador de bordo parti para capital. Apesar de estar sem hodômetro, sempre preciso fazer o controle de KM para abastecer pela empresa, então tinha tudo anotado.

Levei o veículo até a concessionária que adquiri e atestaram que o painel havia queimado, pediram um novo, chegou com 10 dias, fez a troca da peça e a quilometragem só não estava aparecendo, mas estava contando. Então ficou tudo normal. Tudo “normal”.

Novamente em um sábado, com pouco mais de 7 mil km rodados, me acende a luz de injeção novamente. Não existem palavras para descrever meu sentimento de raiva que senti na hora. Mas desta vez ela não apresentou nenhuma falha, só a luz ficou acesa.

Segunda feira levei na concessionária novamente, veio um mecânico jovem, olhou, perguntou se havia abastecido em algum posto fora do habitual, falei que não, perguntou se estava engasgando, apagando, falei que não e por fim ele falou: “já sei o que é, abre o capô”.

Ele olhou para uma conexão do chicote e falou: “é, já sei o que é. Todas as Rangers desse modelo novo estão com esse problema. Esse conector fica muito próxima dessa mangueira, a mangueira esquenta muito e derrete um fio do conector que faz com que acenda a luz. Traz amanhã que eu troco, já tem essa peça em estoque aqui pois estamos trocando muito”.

No outro dia cheguei para abrir a O.S. e o consultor começou a perguntar porque o veículo estava com 7 mil km e eu não havia feito a revisão de 5 mil.

Falei que não fiz mesmo, pois a primeira revisão é de 10 mil, que consta no manual, ele disse que a Ford mudou isso em Jan/2015.

Falei que não tinha conhecimento disso por isso não fiz. Ele falou que não tinha problema então, poderia fazer com 10 mil normalmente, mas se o veículo tivesse com 6 mil ou menos teria que fazer.

Ainda falei que não mudou nada no motor da versão 2014 para a versão 2015, que não tinha justificativa para tal mudança.

Entrei no site da Ford e lá tem uma tabela de revisão para modelos até 2014 (a primeira com 10 mil) e outra para modelos 2015 (a primeira com 5 mil), porém o preço da primeira revisão continua o mesmo: R$ 628,00.

Um absurdo. Levei o carro no outro dia, o rapaz trocou e fui embora. Até hoje não tive mais nenhum problema. Só fico meio receoso de andar no carro aos sábados, rsrs.

9 – PONTOS NEGATIVOS (O QUE PODE SER MELHORADO)

Bom, os pontos negativos foram bem evidenciados acima, os problemas que enfrentei com um veículo zero km. Optei justamente por essa alternativa para não ter dor de cabeça com manutenção e acabei tendo vários.

Acho que o câmbio poderia ser o de 6 marchas da Ranger 2.2 Diesel, deixaria ela mais econômica na estrada.

Tem também a peça que está dando defeito em todas as Rangers (conector do chicote) e a Ford não faz nenhum comunicado, nada. Ê dona Ford…

Deixo aqui a insatisfação e incômodo que tive com os problemas, que me fizeram faltar no emprego, chegar atrasado no velório e ficar sem carro.

Ficar sem carro é a pior parte, a Ford até ofereceu retirar um carro em locadora, porém deveria passar cartão de crédito no valor de R$ 1.200,00 e como não sou adepto de cartão de crédito não seria possível.

Fiquei chateado também pelo fato de que a Ford não busca o cliente depois de um serviço ou revisão, ela só te leva. Na Renault quando fazia a revisão no Sandero eles levavam e buscavam onde quer que fosse.

10 – PONTOS POSITIVOS (O QUE DEVE SER ELOGIADO)

Aqui falo novamente dos três itens: Retrovisores, faróis e isolamento acústico. Outro ponto que pode ser destacado é o tamanho da caçamba, muito bom cabe bastante coisa.

Os ângulos de entrada e saída também são muito bons.

O atendimento da Ford também sempre foi bom nas concessionárias em que passei, sempre dando prioridade para os meus problemas (no meu caso) e os chefes de oficina sempre explicando criteriosamente cada defeito.

O funcionamento do sistema multimídia Sync é muito bom, nunca travou, consigo usar os comandos de voz tranquilamente, ele toca sem travar e com um som ótimo os meus 120 GB de Rock.

Tanque de 80 litros, fácil acesso ao reservatório de partida a frio (apesar de já existir tecnologia que dispensa o mesmo) e o esquema de quando as luzes ascendem quando ativa o alarme.

Apoio de braço com porta objetos com dois compartimentos, porta objetos logo abaixo do controle do retrovisor e porta objetos embaixo dos bancos traseiros.

11 – CONCLUSÃO

Bom pessoal, antes de concluir meu relato analisei alguns relatos do site que foram bem elogiados e tentei fazer no mesmo caminho e apresentar todas as informações. Espero que tenham gostado.

Apesar de todos os problemas que tive, estou satisfeito com a compra e com o veículo, pretendo ficar com ele no mínimo 5 anos, caso não haja nenhum imprevisto.

Quem sabe daqui alguns anos não vem uma Ranger com um motor EcoBoost.

Acho que minhas experiências com caminhonetes da empresa foram fundamentais para minha escolha. Sou, como todos os leitores, apaixonado por carros. Gosto muito de ver corridas de Rally, F1, stock car, formula truck, sempre acompanho o que dá para acompanhar.

Eu gosto de carro, independente da marca. Nunca tivemos Ford em casa, mas percebi que é uma marca que possui motores robustos, bons acabamentos, bom atendimento, bom número de concessionárias, novas tecnologias e tem veículos globais, não desenvolve carros de acordo com cada mercado.

Isso acaba tendo pontos negativos, mas os positivos prevalecem.

Quando o carro estiver um pouco mais rodado eu faço mais relatos com valores de peças e revisões. Obrigado a todos espero que tenham gostado. Fico muito feliz em contribuir com o site e quero parabenizar a todos que sempre estão ajudando no crescimento do mesmo.

Ah, e para você que não faz o relato do seu carro por falta de tempo, te digo: é muito divertido, lembrar de histórias sempre é bom, acaba que fica divertido e termina rápido.

Eu gastei 6 horas de dois dias para fazer, e você?

Manda o seu!

Por Leonardo Balieiro

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.