Carro da semana, opinião de dono: Honda Civic LXL 2011

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Brasília-DF, meados de 2011, na época tinha um Palio 1.8R 2006, muito bem conservado e comigo desde 0 km, mas já com mais de 100 mil km rodados.

Estava chegando a hora de decidir entre dar uma boa revisão, inclusive com troca de pneus e continuar com o carro, ou trocar por um carro novo. Acabei optando pela segunda opção.

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A ESCOLHA

Como eu estava interessado em um carro mais novo, superior ao meu e completo, bom desempenho sem muito consumo, com ABS e Air-Bag, com o qual não teria que me preocupar com manutenção, esses eram os pré-requisitos.

Portanto, optei por pegar um 0km, até mesmo porque eu teria que financiar uma parte do pagamento.

Olhei sedans e alguns hatches, pois porta-malas para mim não faz muita diferença, pois sou solteiro e na maior parte do tempo ando sozinho ou, no máximo, com a noiva no carro.

Comecei olhando o Punto Sporting 1.8 16v, me agradava pelo design e com opcionais desejados, na época custava por volta de R$ 53 mil, fiz um test-drive e não me surpreendi com o carro, decidi buscar uma categoria um pouco superior.

Passei numa concessionária Honda próxima vi o Civic LXL SE MT, por R$ 64,5 mil, pedi um test drive, apesar de já ter dirigido um Civic em outra oportunidade, gostei muito do carro.

Em seguida fui ver o Vectra GT, gostei do acabamento, aparência, conteúdo, mas não gostei do motor, não achei forte e ainda por cima com fama de beberrão.

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Outro fator que me desanimou um pouco do Vectra GT foi o fato de nunca ser um “carro que emplacou” fiquei receoso em ter um mico nas mãos e preferi não arriscar, mesmo o carro custando algo em torno de R$ 52 mil, um bom custo x benefício.

Logo depois fui ver o Kia Cerato, nas versões intermediárias e top, câmbio manual, achei um carro razoável em conforto e acabamento, porém com um motor fraco, além do preço alto, algo em torno de R$ 59 mil no intermediário e R$ 63 mil no top, desinteressei totalmente.

Em seguida fui ver o Toyota Corolla GLi MT, que apesar do design não cativar muito, é um carro que gosto pelo conforto, acabamento e confiabilidade, porém o preço era um pouco salgado, na ordem de uns 65 mil, planos não muito interessantes para financiamento, além do mais, o Civic havia me cativado mais.

Fui à Ford ver o Focus Hatch GLX 2.0, gostei bastante do carro, tem uma ótima dirigibilidade, custava em torno de R$ 58 mil e havia um pacote mais equipado da versão GLX, muito próximo ao Titanium em equipamentos, por R$ 61 mil. A Ford estava com ótimas taxas para financiamento, inclusive com juro zero para 24x.

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Nesse dia quase fechei negócio, mas confesso que as más referências e experiências do pós-venda da Ford, inclusive com familiares, me desanimaram. Fui na Hyundai ver o Hyundai i30 e estava na mesma faixa de preço do Focus, e por esse valor, ficaria com o Ford, portanto descartei.

Os franceses Renault/Peugeot/Citroen não me agradam pelo design, pós-venda e pela alta desvalorização, portanto descartei-os.

A COMPRA

Diante deste cenário decidi que queria o Civic, que dos carros experimentados foi o que mais gostei.

Trata-se da versão LXL SE (Special Edition), uma edição especial, um pouco mais equipada, com algumas diferenças para o LXL, dentre as mais relevantes está o ar-condicionado digital, sensor de estacionamento e faróis de neblina.

Depois de muita barganha em 3 concessionárias, final de mês com vendedor desesperado para vender, fechei negócio no Civic pelo valor de R$ 61,5 mil, bem abaixo do valor de tabela da época, com direto ainda à parafusos antifurto das rodas e estepe, ponteira cromada de escapamento do Civic EXS, tapetes e protetor de cárter por conta da concessionária.

Para minha sorte, na época, a Honda havia baixado os preços e estava oferecendo financiamento a juro zero para entrada de 40% e saldo em 24x.

Muitos duvidam do “juro zero”, mas de fato o que paguei a mais foi apenas o IOF, inerente à qualquer financiamento e outras operações de crédito, e uma tal taxa de cadastramento, sendo que tudo isso agregou pouco mais de R$ 1.000 no financiamento.

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O CARRO

Na minha opinião, o Honda Civic de oitava geração combina bem um carro familiar, com um bom nível de conforto sem deixar de lado uma certa esportividade, marcada por algumas características como:

design, painel arrojado, volante pequeno e com boa pegada, suspensão firme e independente na traseira, criticada por alguns por ser muito “dura”, mas eu acho boa, principalmente porque dá uma estabilidade excelente ao carro, não balançando nas curvas, particularmente não gosto de carros com suspensão “molenga”, voltadas somente ao conforto, mas deixando o carro instável nas curvas.

MOTOR / CÂMBIO / DESEMPENHO

O motor me agrada bastante pela elasticidade, com comando de válvulas variável i-VTEC na admissão, ameniza a apatia do motor em baixos regimes de rotação, mal dos motores multiválvulas, se pisar e “levantar o giro” o carro responde muito bem, e é um motor “girador”, vai a 7 mil rpm numa boa e garante boa agilidade ao sedan.

O câmbio possui alavanca curta, com engates igualmente curtos e bastante preciso, é excelente. Porém acho que este câmbio merecia uma sexta marcha, ou pelo menos, uma quinta marcha com uma relação um pouco mais longa, para baixar o giro do motor na estrada, melhorando assim o conforto e diminuindo ainda mais o consumo de combustível.

As versões automáticas possuem uma quinta marcha “overdrive”. Acredito que a Honda resolveu ou amenizou essa questão na versão manual 2014, que agora vem com câmbio de 6 marchas.

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CONSUMO

Aí está um ponto bastante positivo. Me surpreendi com o consumo do Civic. Atualmente meu carro está com 31 mil km rodados, dos quais uns 95% na cidade, usando o carro todos os dias para trabalhar, inclusive pegando transito nos horários de rush.

Utilizo o ar-condicionado uns 80-85% do tempo em que dirijo, não ando como um maluco, mas também não ando devagar-parando, gosto de utilizar a força do carro quando necessário, gosto de carros que respondem bem ao acelerador e não tenho pena de fazer o motor girar quando quero desempenho.

Medi e tenho registrados os respectivos consumos de TODOS abastecimentos que fiz, desde o primeiro tanque, sempre pelo método de encher o tanque e dividir a quilometragem pelos litros. Minha pior média foi 10,2 km/l com gasolina e a melhor 13,3 km/l.

A média total do período rodado com gasolina está em 12,05 km/l. Já com álcool, aqui no DF não vale a pena, abasteci apenas 3 vezes, por curiosidade, e aferi médias na casa dos 9 km/l.
Pelo fato de ter feito apenas 3 viagens no carro, sendo a maior 300km (mais 300 de volta), e não abastecendo na estrada, ainda não aferi o consumo de um tanque todo na estrada.

Acho que para um sedan médio com 140cv essas médias são ótimas. Inclusive já tive carro 1.0 que não chegava a 11 km/l na gasolina, nos mesmos padrões de percurso e já tive experiência com outros carros menos potentes que consomem mais.

CONFORTO / CONVENIÊNCIA

O carro apresenta boa ergonomia, bom acabamento interno, materiais de boa qualidade, alguns emborrachados, de boa impressão ao toque nas portas e painel. Os bancos são forrados com tecido aveludado de boa qualidade, sendo que os dianteiros tem formato e apoios laterais (abas) ressaltados.

O espaço interno é bom. A ausência do “túnel” no assoalho traseiro melhora o conforto de quem viaja no banco de trás. O ar-condicionado digital funciona muito bem e gela rápido o habitáculo.

Apesar de não ser o principal foco de um sedan médio, o Civic tem várias características esportivas, como o painel, muito bonito na minha opinião, bem diferente, contando com velocímetro digital, que por estar em uma posição elevada, não obriga o motorista a tirar os olhos do transito.

O volante é pequeno, a direção precisa. A suspensão é firme, o que pode desagradar alguns, mas no meu caso eu gosto bastante pela estabilidade.

O porta-malas é “raso”, devido a utilização do estepe na mesma medida das rodas, aro 16, tornando relativamente pequeno para um sedan deste porte, 340 litros, mas para mim não chega a ser um ponto negativo, pois até o porta-malas de um hatch me atenderia.

Um dos pontos que a oitava geração do Civic deixa a desejar é na falta de alguns itens, presentes até em alguns compactos, como:

computador de bordo, que não está presente nas versões LXS e LXL; falta de entrada USB e Bluetooth no sistema de áudio, bem como autofalantes de melhor qualidade; vidros não levantam ao fechar o carro e sem função “um-toque” (resolvidos ao instalar um módulo específico); falta de LEDs nos botões de levantamento dos vidros nas portas dos passageiros e o passageiro da frente costuma confundir o botão de destravamento da porta com o botão de abaixar/levantar o vidro; falta de temporização para apagamento dos faróis, bastante útil ao descer do carro em lugares escuros. É importante ressaltar que vários desses itens citados como faltantes do Civic 2011, já encontram-se presentes no modelo 2012.

SEGURANÇA

O carro possui bom freio, a disco nas quatro rodas, com ABS e EBD, duplo airbag. Ao rodar transmite segurança, em retas e curvas, boa estabilidade, mesmo em velocidades mais elevadas.

DEFEITOS APRESENTADOS

Pequenos ruídos no acabamento da porta dianteira direita e tampa do porta-luvas; tampa de acesso ao tanque, localizada dentro do porta malas, abaixo do carpete, levemente solta em um lado. Todos estes problemas foram resolvidos pela garantia. Nada grave.

O carro também apresentou outro pequeno problema na moldura localizada na base do para-brisas, conhecida pelas concessionárias como “churrasqueira”, onde ficam os esguichadores.

A citada peça apresentou um leve mau-encaixe recorrente do lado direito, sendo que na última revisão relatei novamente o problema e atualmente estou aguardando chegarem peças na concessionária para reparo definitivo.

Vale destacar que todos esses pequenos detalhes são problemas simples e relacionados à acabamento, nenhum problema mecânico ou eletrônico. Sou extremamente detalhista e todos os carro que tirei zero, assim como alguns que passaram pela minha família, geralmente saem da concessionária com “pequenos detalhes” a serem resolvidos pela garantia.

CONCESSIONÁRIAS E PÓS-VENDA

Bastante atenciosos na venda. Ao entregar o veículo, foi dada uma explicação de uns 40 minutos sobre tudo do carro. O carro possui garantia de 3 anos, com com plano de manutenção que contempla revisões a cada 10 mil km ou 1 ano.

Fiz todas três revisões na concessionária. Diferentemente de outras marcas, que empurram até limpeza de bicos aos 15 mil km, a concessionária Honda me ofereceu apenas alinhamento, balanceamento e limpeza do ar condicionado como serviços extras. O custo das minhas revisões foi o seguinte:

– 10 mil km: R$ 143,31 (pacote básico) + R$ 50 (limpeza do ar-condicionado, serviço opcional) + R$ 112,20 (alinhamento e balanceamento, serviço opcional). TOTAL: R$ 305,51;
– 20 mil km: R$ 271,03 (pacote básico) + R$ 100,98 (alinhamento e balanceamento, serviço opcional). TOTAL: R$ 372,01;
– 30 mil km: R$ 340 (pacote básico).

Nesta última revisão, resolvi recusar os serviços de alinhamento e o balanceamento na concessionária, oferecidos pelo valor de R$ 146.

Então procurei meu mecânico de confiança para executar este serviço e para minha surpresa ao perguntar o preço que ficaria, ele falou que sairia por R$ 130, pois o o alinhamento do Civic é caro pelo fato das rodas traseira também alinharem convergência e cambagem.

Ou seja, o preço praticado na concessionária Honda parece ser caro, mas comparado à outras oficinas acaba não ficando muito distante em preço.

De um modo geral, os custos de manutenção do Civic na rede de concessionárias Honda não me parece dos mais altos, inclusive já vi alguns casos de amigos pagarem mais caro por revisões de carros compactos populares.

CONCLUSÃO

Estou bastante satisfeito com meu carro, sei que não é perfeito, mas vejo muito mais virtudes do que pontos negativos. De um modo geral, superou minhas expectativas.

Certamente compraria outro Honda Civic, assim como o recomendo a quem procura um carro desta categoria.

Por Fábio Allison Ribeiro

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    Autor: Eber do Carmo

    Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.