Carro da semana, opinião dono: Citroen Aircross 2012

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Acompanho há alguns anos o site Notícias Automotivas e sou fã do quadro “Carro da Semana”, por isso resolvi compartilhar a minha experiência de quase cinco anos com um Citroen Aircross Exclusive 2011/2012, manual.

Antes do Aircross, tive um Volkswagen Fox 1.0 2009 e hoje tenho um Hyundai ix35 GLS 2013 (há menos de 2 meses), sendo esses modelos as minhas principais referências comparativas com o Citroen Aircross.

A compra do Aircross

Em abril de 2013, resolvi trocar de carro, porque o Fox 1.0 não estava atendendo a contento a minha família (minha primeira filha havia nascido), principalmente por conta do diminuto bagageiro de 260 litros e desempenho sofrível.

Inicialmente, fechei negócio em um Chevrolet Prisma 1.4 LTZ novo por R$ 47.000,00, mas desisti do negócio após atrasos constantes na entrega (era lançamento e as vendas já bombavam) e, principalmente, indiferença do pessoal da concessionária. Hoje o Prisma 1.4 LTZ manual 2013 é cotado a R$ 36.221,00 na FIPE.

Após desistir do veículo zero pelos motivos já apresentados, resolvi procurar um seminovo na mesma faixa de preço do Prisma. Não demorou muito, encontrei na área de seminovos de uma outra concessionária um Citroen Aircross Exclusive 1.6 2011/2012, manual, preto, com um ano e quatro meses de uso e 18.000 km rodados (leia também sobre o Citroen C3 1.4 Exclusive).

Tinha até cheirinho de carro novo…rsrsrs. Fechei a compra no Aircross por R$ 44.500,00.

Hoje a FIPE cota o Aircross Exclusive 1.6 2011/2012, manual, em R$ 33.215,00. O meu Aircross sempre teve a sombra do Prisma, principalmente na hora da revenda.

Convivência com o Aircross

Foram quase cinco anos de convivência e nunca o Aircross me deixou na mão.

Já fiz viagens longas para o litoral, para a roça, percorrendo mais de 200 quilômetro de estrada de chão numa única empreitada, utilizava diariamente o carro para ir ao trabalho, minha esposa o dirigia frequentemente também. Enfim, uso sem restrição e normal para um veículo único de uma família.

O fato de morar em uma cidade pequena no interior de Minas teve reflexo direto no hodômetro do veículo. Rodei uma média de 10.000 km por ano e o vendi com 65.000 km. Fiz apenas a manutenção de 20.000 km em uma concessionária da Citroen por conta da garantia de três anos.

No mais, fiz as trocas de óleo e filtros anualmente, utilizando óleos semissintéticos como o Selenia, total (indicado no manual) etc., respeitando, contudo, as especificações mencionadas no manual.

Saliento a confiabilidade mecânica do meu Aircross, pois o meu nunca deixou de ligar após acionar a ignição, a exceção das duas vezes que tive que trocar a bateria. A primeira, mais ou menos um ano após a compra, botei para pegar no tranco pois estava em viagem.

A segunda, foi na garagem da minha casa, há pouco mais de três meses. Dessa vez liguei para uma auto elétrica da minha cidade e o problema foi solucionado com a substituição da bateria. As baterias tiveram um tempo médio de vida útil de três anos.

A partir de agora, falarei sobre alguns pontos específicos do veículo que julgo ser de interesse de quem pretende adquirir um Aircross.

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Motor do Aircross

Confiável, porém fraco para o veículo. O motor 1.6 deixa a desejar em retomadas e em viagens em geral, principalmente por conta da relação peso/potência – o Aircross pesa 1.400 kg. Normalmente viajava com Aircross bem cheio, com a família e muita bagagem.

A título de comparação, tenho a impressão de que o Fiat Palio 1.4 do meu trabalho tem melhor retomada e aceleração, sem passageiro e bagagem.

A performance “1.2” do Aircross combinou com a minha tocada familiar. Depois que tive minha filha virei um vovozinho no volante…rsrsrs.

Suspensão do Aircross

A suspensão é robusta, mas dura e um pouco desconfortável. Não tive problema extraordinários com a suspensão do meu Aircross, porém, com o tempo, apareceram alguns barulhos na suspensão dianteira que incomodavam bastante.

Aos 60.000 km, troquei as buchas da bandeja e os dois amortecedores dianteiros, sanando os barulhos na suspensão dianteira. O curso dos amortecedores são curtos, por isso, dependendo do tamanho buraco, ocorre aquela famosa pancada seca. Incomoda um pouco.

O Aircross não é um carro que prima pela excelente estabilidade, até pelo projeto (minivan), no entanto, acostumando-se e sabendo que o centro de gravidade dele é mais alto, não se passa apuros.

Perde-se em estabilidade com a elevação da suspensão, mas ganha-se em altura (vão livre do solo), o que é bom para transpor obstáculos leves (vai bem numa estradinha de chão batido).

Consumo do Aircross

Não espere um consumo comedido no Aircross. Na estrada com ar ligado e cheio: 10,5 km/l a 100/110 km. Com o ar desligado e a 100/110, consumo médio de 11,5 km/l. Na cidade com ar ligado, 6 km/l.

Tecnologia

O Aircross é bem completo e o acabamento superior até mesmo a carros mais caros. Aqui utilizo o ix35 GLS 2013 como principal parâmetro, até porque o Fox 1.0 2009 deixava muito a desejar nesses aspectos.

A título de exemplificação, Aircross tem volante com revestimento em couro, ar digital e sensor de chuva, itens estes que perdi com a compra do ix35. Possui ainda alguns mimos como sensor de luminosidade que utilizo muito, cruise control que também utilizo muito, e limitador de velocidade.

No mais, possui um bom computador de bordo, aparelho de som com Bluetooth, comandos de som, cruise control e limitador de velocidade na coluna de direção (depois que se acostuma com a posição dos comandos, é excelente e prático).

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Foto ilustrativa

Acabamento e conforto do Aircross

O Aircross possui bancos em couro e tecidos bem confortáveis e bonitos, principalmente os dianteiros. Aqui fica uma ressalva em relação ao encosto dos bancos traseiros, que possuem ângulos de inclinação pouco superior a 90°, logo são desconfortáveis para viagens longas.

O interior do Aircross é bem bonito, com detalhes em alumínio escovado, inclusive.

Revenda do Aircross

Na troca pelo ix35, ele foi repassado por R$ 28.500,00.

Numa conta simples, o meu Aircross sofreu uma desvalorização de R$ 16.000,00 em quase 5 anos. Certamente perderia menos dinheiro se tivesse comprado do Prisma e teria mais facilidade na hora da revenda.

O Prisma também teria um consumo melhor.

Conclusão

Foi um carro que gostei bastante, muito confiável e que atendeu bem as necessidades da minha família.

Recomendaria um Aircross usado (novo é caro) para qualquer parente ou amigo, ressalvando, todavia, o consumo alto de combustível, performance de motor 1.2 aspirado e manutenção mais cara (sabendo comprar as peças na internet fica mais em conta).

Por A. Belém

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.