Carro da semana, opinião do dono: Ford Focus GLX 2012

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Em meados de 2020 adquiri meu terceiro carro, um Ford Focus mk2.5, ano 2012/13, e venho relatar minha experiência com ele que, até o presente momento, acredito que foi minha escolha mais acertada de carro, levando em conta custo benefício e prazer em dirigir.

Meu primeiro carro foi um Chevrolet Opala ’76, que vou trazer um relato detalhado em breve, mas como era um carro complicado para o dia-a-dia, adquiri um Honda Fit 2004.

Ele me fez bem feliz por um ano e meio, mas sempre senti que o Fit não era minha cara, queria um carro com um visual mais esportivo e que tivesse um motor maior, então fui pesquisar.

A escolha do carro

Os requisitos eram simples, um visual que me agradasse, tinha que ter câmbio manual, pelo menos airbags e ABS, um motor maior que o 1.4 do fit, de preferência turbo ou 2.0, manutenção e seguro acessíveis, afinal eu não podia viver pra pagar conta de carro, queria gastar cerca de R$ 30.000,00.

Algumas escolhas passionais foram deixadas de lado na época (hoje me arrependo de não ter comprado algum desses carros antes da inflação no preço dos usados) como Audi A3 Sportback ou alguma BMW mais antiga.

Então as escolhas mais óbvias seriam Vectra GT, Astra, Focus ou 307, o Focus acabou ganhando meu coração pelo estilo, bancos extremamente confortáveis, acabamento acima da média e um opcional que sinto muita falta: Chave presencial e partida no botão.

Comprei então esse belo Focus GLX 2.0 Hatch Manual, eventualmente me arrependi de não ter pego um com teto solar e mais opcionais, mesmo que fosse um pouco mais velho.

Focus 2012

Primeiras impressões

Sair de um Fit 2004 para um Focus 2012 foi um salto gigantesco em conforto e performance, o painel é bonito e em soft-touch.

A multimídia, apesar de não ter uma tela e se parecer mais com um rádio cheio de botões, é muito bonita e se encaixa perfeitamente com o visual do carro, o painel de instrumentos é bem refinado, o isolamento acústico faz inveja em muitos carros modernos e o som original não faz feio.

Até então eu nunca tinha dirigido um carro tão forte, são 148 cv e 20 kgfm, por ele ser pesadão e aspirado não tem uma arrancada muito boa, mas na hora que passa dos 3000 rpm é outra conversa, o carro fica leve e o motor elástico, os bancos te abraçam bem na curva e a suspensão traseira independente é fora de série.

Desempenho

O Focus certamente foi o carro que fez a minha paixão por automóveis voltar à intensidade que tinha na minha adolescência, eu marcava acelerações de 0 a 100 km/h sempre que podia (normalmente abaixo dos 10s), bati meu recorde de velocidade, mas o mais impressionante era o comportamento do carro perante às curvas, parecia que estava sobre trilhos.

Mesmo não tendo controles de tração ou estabilidade na versão que comprei (só vinham nas versões Ghia e Titanium, se não me falha a memória), era fácil se empolgar nas curvas em velocidade alta.

Sem sombra de dúvida esse é o ponto alto do modelo no quesito performance, deixando o Golf TSI que comprei posteriormente no chinelo, mesmo o VW tendo controles de tração e estabilidades.

É uma pena que não tenham vindo versões apimentadas dele para o Brasil, certamente as versões ST e RS existentes na Europa devem ser tão ou mais divertidas que o Golf GTI.

Personalização

A minha satisfação com o carro estava nas alturas e com isso comecei a investir (pouco) dinheiro na customização dele.

A primeira coisa foi a instalação de um sobwoofer slim embaixo do banco do passageiro, instalação que eu mesmo fiz, facilitada pela presença de saídas RCA na central original (ponto para a Ford).

Fiz o teto envelopado em black piano e depois disso apliquei um envelopamento Spray cor grafite nas rodas originais, produto esse que não recomendo para ninguém, ele encardiu com a sujeira dos freios (não tem o que limpe) e a proposta de ser “facilmente removível” não se cumpriu, foi necessário muito thinner (e paciência) para deixar as rodas originais novamente.

Focus 2012_001

O terceiro upgrade foi a instalação de um abafador esportivo no lugar do original, optei por um JK e recomendo pra qualquer um que queira deixar o ronco mais encorpado (grave) mas sem ficar exagerado, ficou muito gostoso de ouvir.

Por último, pintei as 4 pinças de vermelho e levei as rodas para diamantar e pintar o fundo de preto, ficaram linda e combinaram perfeitamente com o carro, ficou assim:

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Manutenção

Depois do Fit, o Focus foi o carro que menos me deu problema (o Fit não deu nenhum), em toda sua vida, precisei fazer a troca corretiva de 2 bicos injetores que queimaram.

A primeira vez levei em uma oficina para limpar, mas não resolveu e foi necessário trocar, na segunda vez nem perdi tempo e já comprei um novo, que custou cerca de R$ 200,00 na loja oficial da Ford no MercadoLivre.

No mais foi só troca de óleo e filtros, sem surpresas.

O seguro para o meu perfil (homem, solteiro, 20 anos) ficou na casa dos R$ 2.500,00, nada exorbitante.

Acidente e venda

Eu estava bem contente com o carro, apenas uma coisa me incomodou bastante, como eu estava na vibe de performance, era muito difícil encontrar peças para upgrades mecânicos que dessem resultado, nada de filtro esportivo e remoção do catalizador, eu queria ganhar de 50 a 100cv e a única opção era turbinar, porém esse carro tem 3 problemas com isso:

  • Poucas pessoas mexem no motor Duratec, e quem faz cobra caro.
  • As bielas são frágeis e qualquer ganho considerável de cavalaria exige que troque por forjadas, levando o orçamento pra cima dos R$ 15.000,00.
  • As peças de performance para esse motor são escassas e caras.

Juntando esse problema, mais um acidente que sofri com o carro na estrada Itatiba-Valinhos, no interior de SP (que estava em obras) acabei por vender o carro.

Troquei amortecedores, que foram danificados na batida, mas nem me preocupei em arrumar o para-choque quebrado ou as rodas raladas, encontrei um carro que queria (Golf TSI 1.4 que relatei aqui) e o comprei, na época me pareceu uma boa decisão, hoje já não sei se foi tão boa (o Golf custava o dobro, mas não entregava o dobro).

Conclusão

Eu tenho certeza que o Focus foi um dos melhores carros que já tive, e certamente a melhor escolha que fiz com os recursos disponíveis na época, se estiver pensando em comprar um, vá direto para o 2.0 e pegue um completo, não vai se arrepender de pagar mais por ele.

Só evite o automático, que apesar de não ser problemático, anda pouco e bebe muito, era um arcaico 4 marchas.

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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.