CBR 600: conheça as várias gerações desde 1992

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A Honda CBR 600 é uma motocicleta esportiva que a marca japonesa vende no mercado brasileiro desde 1992, tendo passado por várias gerações e em duas versões a partir de 2003.

Tendo nascido em 1992, a CBR 600 veio de uma linhagem com o nome “CBR” desde 1983, ainda que a primeira geração não tivesse carenagem ou 600 cilindradas.

Hoje, a Honda CBR 600 não é oferecida, tendo sido substituída pela CBR 650 R, esta última um nível abaixo da tradicional RR, sempre inspirada em motos do mundial de Superbike e já vendida aqui.

Por muito anos, a CBR 600 F foi vendida no Brasil, mas isso mudou em 2019, quando a CBR 650 R ocupou seu lugar ao lado da CBR 1000 RR-R, ainda mais agressiva.

Com quatro cilindros, a CBR 600 é uma das motos esportivas mais conhecidas no Brasil e em 30 anos de mercado, conquistou uma legião de fãs.

CBR 600 – preços

  • CBR 600 F 1992 – R$ 14.447
  • CBR 600 F 1993 – R$ 14.853
  • CBR 600 F 1994 – R$ 15.268
  • CBR 600 F 1995 – R$ 17.155
  • CBR 600 F 1996 – R$ 18.706
  • CBR 600 F 1997 – R$ 19.234
  • CBR 600 F 1998 – R$ 19.773
  • CBR 600 F 1999 – R$ 21.760
  • CBR 600 F 2000 – R$ 22.374
  • CBR 600 F 2001 – R$ 25.335
  • CBR 600 F 2002 – R$ 27.676
  • CBR 600 F 2012 – R$ 38.068
  • CBR 600 F 2013 – R$ 39.494
  • CBR 600 F 2014 – R$ 40.597
  • CBR 600 F 2015 – R$ 42.005

Preços da tabela Fipe de janeiro de 2023.

CBR 600 – novidades

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A Honda CBR 600 F não está mais disponível no mercado como carenada da marca japonesa, tendo saído do mercado em 2019.

Dois anos antes, a Honda encerrou na Europa a produção da CBR 600 RR, visto que a moto não passou nos testes de emissão de CO2 do Euro 4 para motocicletas e assim, deixou também o mercado nacional.

Nacional, a CBR 600 tinha um excelente desempenho, tendo sido a excelente intermediária entre 500 e 1000 cilindradas, tendo ainda gerado a famosa Honda CB 600F Hornet.

A última geração da CBR 600 foi apresentada ao mercado nacional em 2011 com a primeira Honda CB 1000 R, tendo sido acompanhada da CBR 600 RR em 2014.

Com 102 cavalos a 12.000 rpm e 6,53 kgfm a 10.500 rpm, o quadricilíndrico de quatro tempos com refrigeração líquida, além de injeção eletrônica de combustível.

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Na época, a CBR 600 F custava R$ 32.500 e R$ 35.500 na versão C-ABS, enquanto a CBR 600 RR em 2014, chegou por R$ 49.500 e R$ 52.500 na versão C-ABS.

Na tabela Fipe, a CBR 600 F 2012 custa atualmente R$ 39.500 usada, ou seja, está mais valorizada que há uma década.

Já a CBR 600 RR tinha custa na Fipe R$ 64.297 para o modelo 2014, mas as vendas da RR nunca foram interrompidas entre 2002 e 2014, diferente da CBR 600 F, que teve uma pausa entre 2002 e 2012.

Seu motor de quatro cilindros garantia alta aceleração e eficiência com o sistema DSRA (Dual-Stage Ram Air), que eram dutos de ar para alimentação forçada do motor em altas velocidades.

Isso permitia ampliar a potência com maior vazão da mistura ar/combustível na admissão, fazendo assim a RR alcançar maior velocidade.

Com suspensão dianteira upside down, a RR era o estado da arte com  sua carenagem esguia e dois bancos em níveis diferentes.

CBR 600 – detalhes

Honda CBR 600 F

A Honda CBR 600 F tinha um layout bem limpo, com farol único quadrado e carenagem larga e fluida, com retrovisores integrados e carenados, tendo para-brisa integrado no frontal.

Os piscas eram integrados ao farol, criando assim extensões que se elevavam na direção dos retrovisores.

A parte superior da carenagem era separada da inferior, que cobria o motor e o quadro de duplo berço.

Tendo linhas fluidas, a CBR 600 F dispunha de tanque de 18 litros com semi-guidão com comandos de farol, piscas, buzina, corta-corrente, partida elétrica, manetes de alumínio e manoplas ergonômicas.

O cluster era digital com conta-giros e display com velocímetro, nível de combustível e computador de bordo.

Com bocal de tanque aerodinâmico, ela tinha ainda banco largo e envolvente, com a parte traseira elevada para o garupa.

Este contava apenas com uma alça de couro para o passageiro segurar, além do próprio piloto.

Na rabeta, a lanterna única ficava isolada, com uma alça para o para-lama traseiro, que tinha ainda piscas e iluminação da placa, além de refletor.

A suspensão traseira tinha sistema com balança monoamortecida com mola de pré-carga ajustável, assim como amortecedor.

Com corrente, coroa e pinhão, a CBR 600 F tinha roda de liga leve aro 17 polegadas com pneu 180/55 ZR17, tendo ainda escape 4×1 com silencioso curto e cromado.

Suportes de liga leve presos no quadro de duplo berço, sustentavam os pedais do passageiro, que eram retráteis.

Os pedais do piloto eram dobráveis para encostar no solo durante as curvas mais fechadas em alta velocidade.

A carenagem envolvente deixava muito pouco do motor à mostra, enquanto a suspensão dianteira chamava atenção pelas bengalas douradas e invertidas.

A roda dianteira era de liga leve e tinha 17 polegadas, com pneu 120/70 ZR17, tendo duplo disco de freio ventilado de 296 mm contra 220 mm do disco traseiro.

Com ou sem sistema C-ABS, tinha pinças de um pistão na traseira e dois pistões na dianteira.

Honda CBR 600 RR

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Dois anos depois, chegava ao Brasil a CBR 600 RR com um visual mais próximo de superbike, feita também para competição, por isso tinha um estilo mais radical.

Apesar de usar o mesmo quadro de duplo berço, a RR tinha frente baixa com dois faróis de desenho fluido e olhar aguçado, tendo tanque volumoso com bocal aeronáutico. O cluster era análogo-digital.

Dois bancos eram integrados à carenagem com o escape 4×1 tendo ponteira e parte do silencioso sob a rabeta, tendo abaixo dele o para-lama em suporte com luz de placa, refletor e piscas.

A balança de suspensão traseira era de alumínio com elementos vazados e um design bem chamativo, tendo disco ventilado de 220 mm com pinça de pistão único.

Os pedais do garupa eram bem elevados e os do piloto ainda mais recuados na RR que na F, traduzindo uma posição de pilotagem bem agressiva.

A carenagem deixava parte do motor exposto, enquanto a frente vinha com o duto de acesso de ar do DSRA (Dual-Stage Ram Air) entre os faróis.

A suspensão dianteira era upside down com bengalas douradas com amortecedores Showa BPF (Big Piston Fork) ajustáveis e sustentando roda de liga leve que, assim como a traseira, tinha aro 17 polegadas.

Os pneus eram 120/70 ZR17 na frente e 180/55 ZR17 atrás, tendo ainda freios a disco ventilados de 220 mm atrás e 320 mm na frente, este com pinças de dois pistões e o traseiro com um pistão.

Tinha sistema C-ABS de série, com combinação dos freios, garantindo assim maior equilíbrio nas frenagens de alta velocidade.

A CBR 600 RR tinha um inédito amortecedor eletrônico de direção, que deixa o semi-guidão mais rígido em velocidades altas, garantindo melhor controle dinâmico durante a condução.

CBR 600 – versões e preços

  • Honda CBR 600 F 2012 – R$ 39.500
  • Honda CBR 600 RR 2014 – R$ 64.297

CBR 600 – motor

O motor da CBR 600 é um quadricilíndrico de quatro tempos com refrigeração líquida e duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC), com injeção eletrônica de combustível.

Tendo 599,3 cm³, o propulsor da CBR 600 F tinha diâmetro x curso do pistão de 67,0 mm x 42,5 mm.

Ela tinha 102 cavalos a 12.000 rpm e 6,53 kgfm a 10.500 rpm, além de câmbio de seis marchas com embreagem multidisco em banho de óleo.

Já a CBR 600 RR tinha o mesmo motor, porém, reprogramado para maior desempenho e com sistema de indução de ar na dianteira, que elevava a potência final.

Assim, o motor entregava 120 cavalos a 13.500 rpm e 6,73 kgfm a 11.250 rpm, tendo câmbio de seis marchas e embreagem multidisco em banho de óleo.

CBR 600 – desempenho e consumo

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A CBR 600 F tinha um excelente desempenho, indo de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e com final de 245 km/h, sendo um desempenho excelente e muito acima da média do segmento.

Isso é explicado pela potência da 600 F, que era de 102 cavalos, muito acima da média de 82 cavalos das demais 600 cilindradas do mercado.

Da mesma forma, sua versão naked, a famosíssima CB 600 F Hornet, também andava muito acima das rivais, por ser de outra categoria.

Quanto uma CBR 600 faz por litro?

Já no consumo, a média da CBR 600 F era de 18,4 km/l, com consumo urbano de 15,5 km/l e rodoviário numa tocada mais suave, com resultado melhor.

No caso da RR fazia de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e com final em 248 km/h, sendo um pouco melhor que a F, por ter mais potência e torque, assim como um ajuste para performance.

Numa pegada racing, a RR tinha praticamente o desempenho de uma motocicleta 1.000 cilindradas e também era reflexo de seu posicionamento no mercado.

Seu consumo, porém, não era muito diferente da F, fazendo 15 km/l na cidade e até 23 km/l na estrada.

CBR 600 – gerações antigas

CBR 600 F

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A primeira CBR 600 que chegou ao Brasil foi a F2, segunda geração da esportiva com carenagem, que veio como modelo 1992.

Com carenagem envolvente e linhas suaves, ela lembrava um pouco a clássica CBR 450SR, tendo surgido mesmo para substituir a CBR 600 F Hurricane original.

Seu motor quadricilíndrico de quatro tempos e refrigeração líquida tinha 100 cavalos a 12.000 rpm e chegava a 230 km/h.

Em 1995, surgiu a F3 com linhas de influência new age e mantendo o quatro cilindros com torque de 6,2 kgfm a 10.500 rpm.

Com câmbio de seis marchas e embreagem multidisco em banho de óleo, a CBR 600 F3 durou até 1999.

Ganhou cárter mais profundo e um sistema ram-air que garantiu mais potência em alta velocidade e chegou ao feito de fazer de 0 a 100 km/h em 3 segundos.

Já a CBR 600 F4 surgiu em 1999 como a última de sua linhagem com carburadores, tendo ainda nova geometria da suspensão dianteira, dutos ram-air nas laterais da carenagem e bobinas cobertas.

Também recebeu nova tampa das velas, assim como também teve o radiador de óleo posicionado junto ao filtro de óleo.

Como era uma nova geração, a F4 tinha um quadro de alumínio mais leve, que reduziu o peso de 185 kg para 167 kg, traduzindo isso em melhor performance.

Assim, a CBR 600 F4 atingia 110 cavalos a 12.500 rpm, indo de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e com final de 255 km/h.

Em 2000, a Honda adicionou à F4 a injeção eletrônica multiponto no lugar dos quatro carburadores, tendo a final reduzida para 250 km/h, mas com melhora no consumo.

A injeção eletrônica foi uma exigência para entrar no mercado americano, mas houve um ganho de 5 cavalos com os bicos injetores.

Seu motor passou por várias mudanças técnicas, incluindo molas de válvulas que permitiam rotações mais altas, iniciando a linha vermelha em 14.200 rpm.

Houve modificações na embreagem, na corrente e na coroa, para que a F4i pudesse ter melhor desempenho com o conjunto oferecido.

Essa geração da CBR 600 F4i durou até 2006 e pode-se dizer que foi bem-sucedida, no entanto, no Brasil ela só durou até 2002.

O motivo é que a Honda decidiu trocar a CBR 600 F pela CBR 600 RR, com pegada mais esportiva.

Assim, pelos 10 anos seguintes, a CBR 600 F ficou ausente do mercado nacional.

CBR 600 RR

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Como a CBR 600 F4i foi considerada o melhor conjunto em praticidade e performance, como uma moto de corrida para o uso diário, ela competia com as versões “superbike” de outras 600 rivais.

Superando assim as Kawasaki ZX-6R, Suzuki GSX-R 600 e Yamaha YZF-R6, a CBR 600 F4i ainda parecia uma “supersport” em essência.

Então, a Honda decidiu entrar no jogo com uma superbike em estilo dogfight do cotidiano, surgindo assim a RR.

Com dois faróis de olhar aguçado e carenagem com linhas mais expressivas, a primeira RR tinha suspensões ajustáveis e com bengalas dianteiras invertidas.

A balança traseira era maior e dotada de elementos vazados, tendo ainda semi-guidões presos às bengalas de suspensão, cluster de competição e escape traseiro sob o rabeta.

Com dois bancos em níveis bem distintos, a RR tinha uma pegada mais de pista, ainda que alguns elementos fossem os mesmos da CBR 600 F4i em produção.

Tendo injeção eletrônica de duplo estágio, a RR atingia 117 cavalos a 13.000 rpm.

Em 2005, recebeu novos amortecedores dianteiros ajustáveis, um quadro de alumínio mais leve e freios dianteiros com pinças de quatro pistões radiais.

Também recebeu um novo sistema de escape e outras melhorias que lhe renderam bons resultados.

Uma carenagem com linhas mais esguias foi apresentada em 2007 e a RR adotou pela primeira vez o ram-air com duto frontal entre os faróis.

Já em 2008, ela testou pela primeira vez os freios ABS combinados, que permitiam usar pedal ou manete com força sem o travamento, ou desequilíbrio da moto.

Ela recebeu novo ajuste de válvulas herdado da CBR 1000 RR.

Então, em 2012, a CBR 600 RR sai do mercado e retorna a CBR 600 F, que ficou no mercado até 2015.

No ano de 2014, em simultâneo, a Honda reintroduziu a CBR 600 RR com um novo visual, descrito na matéria, assim como a 600 F citada.

Todavia, a mudança do Promot impediu que ela continuasse por aqui e a linha CBR só teria uma nova moto de média cilindrada e quatro cilindros em 2019, com a 650 R.

CBR 600 – fotos

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X