Pajero Full: este é atualmente o modelo topo de linha da gama mundial da Mitsubishi. Com 12 anos de mercado internacional, o Pajero Full é ainda um modelo desejado por muitos, especialmente com motor diesel.
Porém, seu futuro é incerto, pois até agora nenhuma proposta de geração foi colocada em execução e não há veículos em teste que comprovariam que o Pajero Full em breve mudará. Mas, enquanto isso, ele continua sendo o produto clássico da marca, que tem o DNA originário dos anos 80.
Como se sabe, a gama de utilitários esportivos da Mitsubishi não tem apenas o Pajero Full, mas sim utiliza o nome Pajero em quase todos os modelos (apesar do mesmo ser chamado Shogun em países de língua espanhola).
Exceto os crossovers Eclipse Cross, ASX e Outlander. O produto vai de um singelo kei car até um SUV de porte do Pajero Sport, derivado da picape L200 Triton Sport.
Nenhum destes dois produtos segue a linha de evolução original do produto, sendo que apenas os Pajero Full e Pajero Full 3D evoluíram para a atual quarta geração, que nessa matéria você vai conhecer um pouco melhor.
Índice
Pajero Full: o nascimento
Em 30 de setembro de 2006, a Mitsubishi mostrava no Salão de Paris o Pajero Full.
Tratava-se da quarta geração do utilitário esportivo nascido em 1982. Com carroceria volumosa e robusta, o novo SUV da marca japonesa era bem imponente e vinha obrigatoriamente com duas variantes.
O Pajero Full chegou ao mercado internacional como geração V80, sendo que as anteriores eram L040, V20 e V60.
O veículo tem duas carrocerias, sendo que a menor é a chamada 3D. A maior, de até sete lugares, não tem uma denominação em particular.
O Pajero Full de sete lugares mede 4,90 m comprimento, 1,89 m de largura, 1,90 m de altura e 2,78 m de entre-eixos.
Pelo porte, ele é ainda maior que o Pajeto Sport da nova geração. Pesando 2.385 kg, o Pajero Full tem 200 litros de porta-malas com os sete assentos erguidos, mas o volume fica bem maior com o rebatimento das duas fileiras.
O tanque tem 88 litros e a suspensão dianteira é independente com dois braços sobrepostos, enquanto a suspensão traseira tem multibraços com os semieixos de tração. Falando nisso, o Pajero Full tem o sistema Super-Select II 4WD, herdado da geração anterior.
Logo de cara, o Pajero Full surgiu com capacidade de transposição de cursos d´água de 700 mm, bem como ângulo de entrada de 36,6°, ângulo de saída de 25° e ângulo de vão central com 25,2°.
A capacidade de reboque sem freio é de 750 kg e com freio, alcança 1.800 kg.
Além disso, o Pajero Full foi equipado pela Mitsubishi com motor diesel 3.2 MIVEC turbo diesel 4M41 com 165 cavalos a 3.500 rpm e 38,1 kgfm a 2.000 rpm.
O câmbio é automático de cinco marchas até hoje, o que permitia ao SUV ir de 0 a 100 km/h em 13,4 segundos e ter máxima de 174 km/h.
Junto com o diesel, surgiu um V6 3.8 MIVEC a gasolina, que entregava 280 cavalos, mas no Japão, por causa da legislação local, o propulsor era outro, um V6 3.0 litros.
Em 2009, o V6 3.0 deu lugar ao 3.5 nesse mercado, assim como em países onde o anterior era usado. A potência ficou em 192 cavalos com 31 kgfm.
Na atualização mecânica de 2011, o Mitsubishi Pajero Full ganhou um 3.2 turbo diesel mais potente, entregando assim 200 cavalos e 44,7 kgfm. Nesse caso, a mudança também resultou em atendimento à norma Euro V.
No mesmo ano, o V6 3.8 MIVEC pulou para 250 cavalos e 33,4 kgfm. Em 2015, todos os V6 foram atualizados para reduzir a emissão de poluentes. Mas, a caixa de mudanças continua a mesma de cinco marchas e automática.
Apesar de ser um dos carros mais antigos ainda em produção no mundo e sem data para a geração vigente sair de cena, o Pajero Full se mantém um carro íntegro no que diz respeito à segurança, tendo obtido 5 estrelas no ANCAP (Austrália) em 2013.
Pajero Full 3D
O Pajero Full tem uma versão curta, o Pajero 3D.
Esse modelo de cinco lugares é herança do modelo original de 1982, mas hoje não tem nada a ver com produtos como Pajero Dakar, Pajero Sport, Pajero Mini ou Pajero iO, por exemplo.
Pequeno, o Pajero 3D tem duas portas, mas lá fora a terceira é a tampa do bagageiro, daí o termo “3D” ou “3 Doors”. Ele mede 4,385 m de comprimento, 1,895 m de largura, 1,880 m de altura e 2,545 m de entre-eixos.
O diminuto porta-malas tem 200 litros e mais 85 litros no tanque. O modelo tem colunas B reforçadas e vigias laterais elevadas, assim como a vigia traseira e as lanternas são maiores.
A motorização do Pajero Full 3D é a mesma do irmão maior, sendo que no Brasil era oferecido V6 3.8 a gasolina com 250 cavalos e diesel quatro cilindros 3.2 com 200 cavalos.
O sistema de suspensão e tração também é igual, assim como o câmbio automático de cinco marchas, o que já se tornou bem limitado.
Pajero Full: estilo
Com porte avantajado, o Pajero Full chama atenção pelo porte grande e grande área envidraçada.
O SUV da marca japonesa tem frente dotada de grandes faróis quadrados com projetores duplos circulares no interior, sendo um layout presente desde o lançamento.
Inicialmente a grade com frisos cromados era bem horizontalizada e menos robusta que na atualidade, onde o Pajero Full ostenta um conjunto com barras cromadas verticais nas extremidades, com dois frisos largos horizontais e conexão com a grade inferior, presente no para-choque.
Falando nele, o desenho básico também pouco mudou em 12 anos, tendo anteriormente faróis de neblina circulares e agora um conjunto de LEDs diurnos junto aos faróis auxiliares, destacando mais o veículo nas ruas, além de um protetor central inferior, sob a grade da placa.
O Pajero Full chama tem capô curto, tendo saídas de ar laterais e colunas não tão espessas, sendo as “A” retas e pouco inclinadas, com das “D” mais grossas, dando uma impressão de maior robustez.
As janelas são grandes e a linha de cintura é pouco elevada, o que privilegia a visibilidade.
A base das janelas sobe suavemente em direção à traseira, enquanto as portas possuem proteções laterais bem avantajadas, talvez numa tentativa de compensar a linha lateral pequena.
O teto é bem reto e obrigatoriamente vem com barras longitudinais. Na traseira, uma característica marcante do Pajero Full e que deve ter inspirado modelos como o Ford EcoSport é o estepe preso na tampa do bagageiro.
O pneu reserva vem com uma capa protetora bem envolvente, que agrega a placa de identificação do veículo. Inicialmente, apenas a parte central era coberta, mas hoje somente a parte inferior do pneu é exposta pela cobertura.
Como a tampa traseira tem abertura lateral, o estepe fica bem apoiado nela e não torna seu manuseio difícil. Outro item que não mudou foi formato e tamanho das lanternas, que são pequenas e agora possuem lentes transparentes.
A vigia na tampa do porta-malas do Pajero Full é grande e ajuda bem nas manobras.
Já o para-choque sempre teve aspecto robusto na atual geração, tendo um acabamento que imita barras e com ele aos refletores, pois a luz de neblina fica na capa do estepe e a luz auxiliar de freio na parte superior da tampa, onde há um pequeno defletor de ar.
No Pajero Full 3D, as vigias laterais são grandes, assim como as portas, mas o layout geral é o mesmo da versão maior. Ambos apresentam rodas de liga leve aro 20 polegadas com pneus 265/50 R20 de aspecto moderno.
Por dentro, o Pajero Full também pouco mudou. O painel tem aspecto simples, com difusores de ar pequenos, porta-objetos na parte superior, porta-luvas de dimensões razoáveis e alguns pequenos compartimentos no console central.
Um aplique central imitando metal ajuda a compensar o tempo de projeto, mas não esconde sua idade.
É antigo. O cluster é totalmente analógico e conta com dois grandes mostradores com nível de combustível e temperatura da água, sendo que o conta-giros vem ainda com indicador de marcha.
A instrumentação do Mitsubishi Pajero Full reflete também o peso do tempo com um display digital bem arcaico, com grafismos e apresentação de anos atrás.
Mas, mesmo a L200 Triton Sport da atualidade, ainda exibe um layout parecido, o que ajuda a aliviar a pressão sobre o jipão 4×4.
Falando nisso, o túnel central exibe outra característica do Pajero Full, a alavanca de engate do sistema 4×4 com as posições 4×2, 4×4, 4×4 reduzida e 4×4 com bloqueio. Ao lado, a alavanca da caixa automática de cinco marchas.
O volante multifuncional tem aspecto bom, apesar de ser e parecer antigo, tendo quatro raios e comandos para mídia, telefonia e piloto automático.
Na parte central, a multimídia atual tem tela de sete polegadas sensível ao toque com hot spot Wi-Fi e os sistemas Google Android Auto e Apple Car Play.
Ela também reproduz imagem da câmera de ré e tem conexões Bluetooth e USB, bem como aplicativos diversos, incluindo o útil Waze e um GPS nativo, que não tem dados de tráfego.
O layout é moderno e intuitivo, contrastando muito com os primeiros rádios usados pelo Pajero Full, bem mais simples.
O ar-condicionado automático é o mínimo que o Pajero Full poderia oferecer, sendo que um sistema dual ou trio zone é necessário, embora tenha comandos de ventilação no banco traseiro e difusores de ar no teto, o que ajuda no conforto de quem vai atrás.
Falta também paddle shifters no volante, assim como freio de estacionamento eletrônico, pois o mesmo continua a ser manual, tal como a troca de marchas apenas na alavanca.
Os bancos são amplos e revestidos em couro bege ou preto, sendo os dianteiros com ajustes elétricos e aquecimento.
O banco traseiro bipartido é dobrável e ajustável longitudinalmente, o que ajuda na entrada para a terceira fileira e também na ampliação do bagageiro.
Para os dois últimos passageiros, o banco do Pajero Full é integrado e apenas dobrável, um recurso que não é tão bom quanto em concorrentes (em preço) como Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer, por exemplo.
O porta-malas do modelo japonês é grande, tendo um grande volume para bagagens com a terceira fileira dobrada e ainda mais com a segunda rebatida também.
O ambiente amplo tem boa claridade durante o dia e ainda goza de um teto solar elétrico, que não é panorâmico.
Pajero Full: equipado razoavelmente
Em termos de conteúdo, o Pajero Full segue a cartilha de 12 anos atrás, sendo que a maior inovação de lá para cá seja de fato a multimídia. O SUV da Mitsubishi conta com faróis de xênon com lavador e LEDs diurnos.
Também vem com sensores de estacionamento traseiro, câmera de ré, freios ABS com EDB, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, frenagem de emergência, seis airbags, Isofix e keyless para entrada, partida e travamento sem uso de chave.
Por dentro, o sistema de som tem apenas seis alto-falantes.
Há luzes de leitura e alguns porta-objetos, além de apoio de braço centralizado para os bancos dianteiros e o da segunda fileira. A coluna de direção é ajustável apenas em altura e o volante é revestido em couro.
A direção é hidráulica e os retrovisores possuem rebatimento elétrico, assim como vidros e travas são elétricos, além de ter ainda sensor de chuva e crepuscular, alças para acesso ao interior e retrovisores com repetidores de direção embutidos. Um detalhe interessante é que as vigias laterais são basculantes tanto no Pajero Full padrão, quanto no menor 3D.
O futuro do Pajero Full
Como se pode notar, o Pajero Full oferece um conteúdo mediano e nível tecnológico ultrapassado, mas suas características de robustez e confiabilidade o mantém vivo ainda no mercado internacional.
Infelizmente, por enquanto, a Mitsubishi ainda não definiu como será seu sucessor. Se o já tem, ainda não o revelou.
A expectativa é que este chegue como um híbrido, mas sem perder sua capacidade 4×4, que pode até ser ampliada com mais tecnologia embarcada.
No mercado brasileiro, o Mitsubishi Pajero Full 2020 é vendido em versão única com o motor diesel 3.2 com quatro cilindros e 200 cavalos, custando R$ 356.990.
Já o Mitsubishi Pajero Full 3D foi descontinuado pela marca recentemente. Antes, sua oferta compreendia apenas a versão diesel 3.2 de 200 cavalos, câmbio automático e tração 4×4 com preço sugerido de R$ 221.990.
Ambos sempre foram importados do Japão, sendo os únicos da representante nacional que até hoje não foram nacionalizados, apesar do longo tempo de presença no mercado e potencial de vendas localizado.