VW Tiguan – Reclamações com carbonização de válvulas, e bomba dágua

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A Tiguan é uma SUV de respeito, veio da Alemanha como o “Golf de salto alto” trazendo motorização e tecnologia que ainda não existiam no Hatch nacional, muito parecida com a que viria a equipar o GTI vendido no Brasil alguns anos depois.

Certamente não se discute a tecnologia e a sofisticação o modelo, mas se você está pensando em comprar um, provavelmente já se perguntou sobre os problemas dela. Listamos aqui os principais defeitos e reclamações.

Chegou ao mercado nacional em 2009, época que boa parte das SUVs usavam da velha receita de tamanho e segurança, porém sem nenhuma emoção.

Nesse sentido a Tiguan foi quase disruptiva, com seu motor EA888, o famoso 2.0 TSI, que na época era encontrado por aqui só nas Audis, trazendo quase 30kgfm de torque já abaixo dos 2.000 rpm e com potência de 200 cv, fazia de 0 a 100 km/h em 8,5s, o que é pouco, considerando seus mais de 1600 kg.

O câmbio era o velho conhecido Tiptronic de 6 velocidades e a tração integral, na segunda geração foi substituído pelo DQ500 automatizado de 7 velocidades.

O motor foi recalibrado atingindo 220 cv e 35 kgfm de torque, reduzindo o 0 a 100 km/h para a casa dos 7s e a velocidade máxima a mais de 220 cv. Existiu também a versão com o motor 250 TSI 1.4, com o câmbio DSG-7 (DQ200).

Dentre as qualidades do modelo estão o espaço interno, ótimo comportamento dinâmico, segurança, opcionais como piloto automático, volante multifuncional, limpador de para-brisa automático, sensor de estacionamento, ar-condicionado dual-zone, teto solar panorâmico, park-assist, partida por botão e muitos outros complementam o requinte.

Porém nem tudo são flores, abaixo estão os principais pontos de reclamação dos donos e defeitos apresentados:

Porta-malas pequeno

Apesar de grande, a Tiguan tem um porta-malas relativamente pequeno, que pode ser um problema em viagens com a família. São 360 litros, pouco mais que um Golf, por exemplo.

Carbonização das válvulas e admissão

Em veículos com injeção direta, especialmente nos TSI, há formação de depósitos nas válvulas e admissão, o problema se dá pela recirculação dos vapores de óleo, que vão se depositando por onde passam, como o combustível é injetado diretamente na câmara de combustão, ele não consegue limpar esses depósitos, que vão se acumulando cada vez mais.

Em casos graves, pode inclusive atrapalhar o movimento das válvulas, causando um atropelamento, é muito raro isso acontecer, mas de qualquer forma separe um dinheiro para fazer a limpeza preventiva, que vai variar de R$ 400,00 a até mais de R$ 1.000,00, dependendo da oficina.

Bomba d’água e de combustível com defeitos

São dois componentes que costumam apresentar defeito com uma certa frequência, a bomba de combustível não costuma dar muito sinal antes de queimar, já a bomba d’agua pode apresentar vazamentos e redução no nível do fluído de arrefecimento, custando a partir de R$ 500,00 (paralela), mais a mão de obra, representam um custo considerável.

Câmbio automatizado requer manutenção cuidadosa

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O câmbio automatizado DQ250, disponível nas versões 1.4 TSI, requer uma manutenção mais cuidadosa que um câmbio automático convencional, e eventualmente apresenta desgaste prematuro das embreagens, que podem começar a patinar e reter as marchas, a troca das embreagens é bem cara, então vale a pena observar o funcionamento do câmbio com cautela.

Custos de manutenção elevados

Apesar da manutenção não ser tão cara quanto a maioria dos importados, tenha em mente que é um carro com basicamente com o Powertrain de um GTI, que não é dos mais baratos de manter, uma bobina original pode custar mais de R$ 1.000, bicos injetores, peças de acabamento e outras que costumam ser baratas, podem facilmente passar dos mil reais, então muita atenção à conservação e histórico de manutenção da unidade que está avaliando.

Tração integral

O fluído do diferencial traseiro tem que ser trocado periodicamente, o que muitas vezes não ocorre por falta de conhecimento dos donos e das oficinas menos especializadas, o fluído é um pouco caro (na faixa de R$ 300,00 o litro na VW), então fique atento.

Atenção a alterações de performance

Como você já sabe, a Tiguan anda bem, e os motores TSI são um prato cheio para entusiastas, eu não vou dar sermão aqui e falar que remapeamento condena o carro e toda essa história que você já está cansado de ouvir.

O grande problema está na qualidade do serviço executado e o uso que se dava para o carro, lojas costumam reverter essas alterações, ficando difícil saber a procedência, se estiver comprando o carro particular, converse abertamente com o vendedor e questione onde foram feitas as modificações, aí pode escolher reverte-las ou não, sabendo que isso é um custo a mais na aquisição.

Recalls

A Tiguan está envolvida em uma quantidade considerável de Recalls, por isso é importante consultar se foram todos atendidos, para evitar maiores de cabeça.

Conclusão

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Certamente é uma ótima opção de compra no mercado de usados, com muitos opcionais, desempenho de fazer inveja em alguns esportivos, ótimo comportamento dinâmico e conforto, tem tudo para ser uma boa compra.

O maior porém se dá no custo e cuidado com a manutenção, ela não aceita desaforo com peças de baixa qualidade ou descaso com a preventiva, a manutenção corretiva costuma ser cruel.

Se possível opte pelas versões mais completas e com o motor 2.0, é um conjunto mais robusto e traz um desempenho excepcional, quanto a versão 1.4 traz um comportamento “OK” mas que não empolga.

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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.