Chevrolet D20 – Reclamações e Defeitos

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A D20 veio com a intenção de substituir a D10, o que foi uma missão nada fácil, sem contar que sua concorrente direta era a Ford F1000, outra picape que marcou época, era sinônimo de luxo e robustez, status que carrega até hoje.

É difícil para nós apontarmos problemas dos carros clássicos, mas não podemos negar que eles existem, e as vezes não são poucos, tenha em mente que essa é uma análise fria do carro, deixemos as paixões de lado e vamos aos principais problemas e reclamações da D20.

A Série 20 foi anunciada em 1985 e contava com as picapes A20 (Álcool), C20 (Gasolina) e D20 (Diesel), a geração perdurou até 1997, quando deu lugar para a S10 e Silverado.

Na época do lançamento contava com rodas aro 16”, painel com conta-giros, motor Perkins Q20B e câmbio de 4 marchas, opcionais como direção hidráulica, cabine dupla, tração 4×4 e câmbio de 5 marchas estiveram disponíveis durante a vida do modelo.

À época o motor rendia 90cv de potência e 28,1 kgfm de torque, tinha velocidade máxima de 123 km/h e a aceleração de 0 a 100km/h era feita em 35,5s, o consumo ficava na casa dos 9 km/l na cidade e 11 na rodovia, sempre abastecida no Diesel, após alguns anos a versão turbo diesel foi lançada com números bem melhores de desempenho chegando a 150 cv de potência e colossais 46,5 kgfm de torque.

Mas vamos para a parte chata, abaixo estão o principais problemas e reclamações:

A versão 4×4 é frágil

A versão 4×4 anunciada em 1989 foi polêmica, foram fornecidos 3 veículos para a imprensa especializada testar, as 3 unidades quebraram durante os testes, o que manchou sua imagem perante o mercado, as juntas de tração se rompiam com facilidade, o problema fez com que fosse descontinuada rapidamente.

Defeitos no pivô da suspensão

Esse defeito foi compartilhado com o Opala, um problema tão crônico que chega a ser clássico, os pivôs da suspensão quebram com facilidade, em especial os novos (visto que os originais são difíceis de achar), que não tem um controle de qualidade tão bom.

Deve-se olhar para esse item na hora da compra e de 6 em 6 meses após a compra, pois quando quebra o carro cede e pode causar um acidente grave. Existem adaptações para resolver esse problema, e mesmo a troca do pivô é barata, só precisa de atenção por questões de segurança

Desempenho fraco nos primeiros anos

É triste falar isso de um clássico, mas sejamos sinceros, velocidade máxima de menos de 130 km/h é muito limitante, fica difícil até pegar uma rodovia, a proposta do carro não é de correr, tenha em mente que era um carro para trabalhos pesados e hoje para curtir e passear. Nas unidades mais novas turbo diesel as coisas começaram a melhorar, especialmente com o torque brutal que apresentavam.

Vazamentos de óleo no motor

Esse é um problema que acompanha a Chrevolet de longa data, e com a D20 não seria diferente, são comuns vazamentos de óleo no motor, que pingam no chão, não é nada muito grave mas pode incomodar pelas manchas na garagem e o cheiro de óleo queimado (apesar que num carro clássico isso é mais que comum), um dos principais focos de vazamento é na junta do cárter.

Problemas da época e reclamações atuais

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Compilamos esses pontos pois são reclamações recorrentes, mas é até difícil apontar como defeito, tendo em vista que o carro foi fabricado há quase 40 anos, para a época eles eram aceitáveis, hoje a realidade é outra, as tecnologias embarcadas melhoraram todos eles, e os consumidores ficaram mais exigentes, de qualquer forma, segue abaixo:

  • Motor muito barulhento;
  • Freio ineficiente;
  • Isolamento acústico ruim;
  • Ruídos internos e na carroceria;
  • Posição de dirigir ruim;

Não é possível fazer seguro da D20

Se está pensando em comprar o carro para usar no dia-a-dia, tenha em mente que a maioria das seguradoras não tem mais cobertura para ela, e as que fazem normalmente tem algumas restrições quanto ao uso do carro e podem cobrar caro, a vantagem é que ela não paga mais IPVA também.

Atenção ao diferencial

O diferencial da D20 não é fraco, mas é um dos pontos mais frágeis do carro, tendo em vista que qualquer unidade já rodou muitos e muitos anos, é natural que ele já não esteja mais em plena forma, levante a caminhonete e teste com a mão a folga do diferencial pelo cardam, fique atento também a ruídos na rodagem e trancos e pancadas em arrancadas mais bruscas.

Tempo de uso

Boa parte das unidades à venda já foram restauradas, fique atento ou leve para um funileiro olhar a integridade da lataria e à qualidade dos serviços já executados, outros itens que sofrem bastante com a ação do tempo são os acabamentos plásticos e de borracha, difíceis de achar e extremamente caros, além de todos esses pontos, fique atento aos frisos e emblemas faltantes, podem sair bem caro para repor.

Picape muito visada

Infelizmente, como acontece com muitos carros clássicos, a D20 caiu no gosto dos bandidos, carros antigos são fáceis de roubar e suas peças tem muito mercado, então é sempre bom tomar cuidado ao sair com ela, essa é uma reclamação recorrente do modelo.

Conclusão

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A D20 é uma caminhonete raiz, dito isso, ela é um carro para poucos.

Algumas peças são difíceis de achar, não é muito confortável, é barulhenta e tem probleminhas crônicos irritantes, mas ter um carro clássico é uma experiência, chamam atenção por onde passam, pessoas te abordam na rua pra falar sobre ela e fazem as mesmas perguntas “bebe muito?”, “vende por quanto?”, enfim, é um mundo diferente.

Nenhum dos defeitos desqualifica ou diminui a história desse clássico, assim como foi com os defeitos da Blazer, se está pensando em comprar uma, vá em frente, mas preferencialmente tenha um carro para o dia-a-dia e ela para passear, atenção aos itens mencionados acima e escolha uma unidade com interior e lataria conservados, motor sempre dá-se um jeito pra arrumar, pode ser caro, mas fica bom, lataria e pintura são itens mais difíceis de corrigir.

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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.