O Kadett conquistou o público jovem da década de 90, trazia esportividade, opcionais interessantes e um ar de modernidade para o mercado Brasileiro.
Com mecânica robusta, desempenho bom até os dias de hoje e exemplares com custo baixo, pode satisfazer as necessidades de alguns potenciais compradores.
Se você não liga para ter carro do ano e gosta de um antigão, talvez já tenha pensado em comprar um, fizemos esse texto pra te mostrar os principais problemas do modelo.
Em 1989 a Chevrolet trouxe para o Brasil o Kadett, com visual moderno para a época e bom comportamento dinâmico, não tardou a ganhar o gosto dos jovens e virar “carro de boy”.
Foi lançado com motor 1.8 carburado de 95cv e 14,9 kgfm de torque, que rendia aceleração de 0 a 100 km/h em 12,5s e velocidade máxima de 168 km/h.
A versão GS possuía o motor 2.0 (também carburado) com bons 110 cv e 17,3 kgfm de torque, permitia uma aceleração de 0 a 100 km/h em 11,2s e velocidade máxima de 171 km/h.
A versão GSI, lançada com o motor 2.0 injetado, tinha ótimos números (e da pau em muito carro moderno), com 121 cv tinha aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 10s e velocidade máxima de 180 km/h.
Teve versões com teto solar, ar-condicionado, direção hidráulica, motor à álcool, painel eletrônico, travas elétricas, retrovisor com ajuste elétrico, rodas de liga, volante com ajuste de altura e muitos outros opcionais, que fazem inveja até nos carros mais novos.
Mas nem tudo são flores, ter um clássico tem seu preço (acho que já podemos considerar o Kadett um clássico moderno). Aqui estão os principais problemas dele:
Vazamentos de óleo
O fantasma que assombra a família II da GM desde sua origem não podia deixar de registrar presença no Kadett, foi um dos primeiros carros no Brasil com essa motorização que perdurou por anos em toda a linha.
Vazamentos de óleo são comuns, os principais focos são a junta da tampa de válvulas e alguns respiros, a princípio não é um problema preocupante, só é recorrente (e um pouco chato).
Barulhos internos
É quase desnecessário falar que um carro com seus 30 anos de uso pode ser barulhento, mas mesmo assim vale lembrar que para uso diário isso pode ser irritante para usuários mais exigentes.
Versões carburadas
É bem legal (e saudosista) ser dono de um carro com carburador, é até educativo pois invariavelmente você vai ter que aprender sobre mecânica.
O problema é que o sistema requer limpezas e ajustes com muito mais frequência que a injeção eletrônica, então se você não dispõe de tempo (ou vontade) de pôr a mão na massa talvez compense comprar uma unidade injetada.
Consumo elevado
O consumo era bom para a época, especialmente se considerarmos o desempenho, mas para os dias de hoje um carro pequeno e leve fazer 12 km/l na rodovia, 7-8 km/l na cidade e rodando na gasolina não é nada exemplar.
Peças de acabamento escassas
As peças de acabamento, em especial aquelas que só saiam numa versão ou outra, podem ser bem difíceis de achar, e claro, pela lei da oferta e demanda, elas são bem caras.
Seguro caro e carro visado
Grandes seguradoras não tem mais interesse em fazer seguro para o Kadett, o que pode fazer com que tenha que escolher uma seguradora menos robusta.
O fato do carro ser antigo e ter as peças difíceis de achar contribui para que seja visado para roubo e isso encarece e dificulta o seguro.
Espaço no banco de trás
A verdade é que o Kadett é um carro que acomoda bem 4 passageiros, o quinto passageiro sofre bastante.
Problemas na ignição
Em especial pelo tempo de uso, é comum pegar unidades com marcha lenta irregular e consumo elevado.
Boa parte delas estará com problemas em bobina, velas ou no módulo de ignição, vale a pena dar uma checada nesses itens se o carro estiver falhando.
Soldas da carroceria se abrem
As vezes o carro está com alguns ruídos na rodagem que são difíceis de solucionar, podem ser algumas soldas da carroceria que se abriram e precisam ser refeitas.
Esse trabalho deve ser feito por um profissional de qualidade, então pode sair um pouco caro.
Barulho nas portas
São bem comuns barulhos nas portas, em especial ao abrir e fechar, que são estalos metálicos.
A solução do problema, em alguns casos, é adaptar o delimitador de portas do Vectra.
Manutenção negligenciada
Sim, eu sei, qualquer carro pode sofrer com um dono ruim, mas pelo fato do Kadett ter a fama de inquebrável, muitos donos relaxam feio na manutenção.
Líquido do arrefecimento alaranjado, muitos vazamentos de óleo e nenhum histórico ou comprovante de revisão, indicam um dono que não liga muito para a manutenção, que apesar de barata, pode sair caro ao somar diversos “probleminhas”.
Conclusão
O Kadett é um ótimo carro, já é posterior à abertura do mercado automotivo brasileiro e traz itens essenciais que não eram comuns à época, como ar-condicionado e direção hidráulica.
O desempenho faz inveja à alguns carros modernos de valor até 10x maior que o dele, em especial as versões injetadas e 2.0.
Se possível compre uma unidade com históricos de manutenção e não muito “fuçada”, pois é um carro que sofreu bastante na mão dos jovens de diversas gerações.
Mecânica simples e robusta fazem com que o custo de manutenção seja relativamente baixo, mas nem por isso é tranquilo pegar um muito relaxado.
Observados os pontos que relatamos e o estado de conservação geral do carro, com certeza é um carro que pode te fazer muito feliz, em especial se você não liga muito pra barulho e um vazamentinho de óleo aqui ou ali.
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