Carro da semana, opinião de dono: VW Golf Highline 2014

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Venho aqui relatar minha experiência como ex-proprietário de um Golf 1.4 TSI Highline 2013/2014, com câmbio DSG, pacote Elegance e teto solar.

Procurava com hatch em meados de 2013 e minhas escolhas, como não poderiam deixar de ser, eram entre o novo Golf e o novo Focus.

Depois de lançados, acabei optando pelo alemão, pois prezo muito pela segurança e o VW havia sido muito bem avaliado em crash tests, além de ser mais equipado do que o Ford neste quesito.

No princípio queria um Golf 1.4 Highline manual com pacote Executive, que incluiria faróis de xênon e banco em couro. No final das contas, tive que escolher o que estava disponível, e naquele tempo não eram muitas as opções.

Acabei optando por um branco, com rodas Madrid, na configuração citada no parágrafo anterior. O preço de tabela era de R$84.990,00, acabei pagando, após negociação, R$82.000,00, em Porto Alegre.

Retirei ele da concessionária em 28/11/2013 e logo em janeiro de 2014 resolvi viajar até San Carlos de Bariloche para experimentar o carro, viagem que rendeu algumas das fotos que ilustram este relato. O carro era sensacional: silencioso, econômico, estável, espaçoso (com exceção do porta-malas) e muito prazeroso de dirigir.

De pronto me espantei com as médias de consumo do já bem afamado motor. Ao sair do país, pelo Uruguai, em Barra do Quaraí/Bella Unión com destino a Frey Bentos onde atravessaria para a Argentina, um trecho de aproximadamente 200 quilômetros, com estrada toda boa e limite de velocidade de 90km/h, estava fazendo 17,5 km/l!

Claro que estava seguindo à risca o limite de velocidade, pois a polícia rodoviária uruguaia estava sempre presente. Além disso, abasteci lá, então o combustível era de melhor qualidade.

Durante a viagem toda a média de consumo resultou em admiráveis 15 km/l, com gasolina “Super” argentina. No Brasil, em uso cotidiano, no entanto, a média rodoviária era de 13,5 km/l a 14,5 km/l, mantendo velocidades entre 110 km/h e 120 km/h.

Relato apenas o consumo em estrada, pois resido no interior, a 500 km de Porto Alegre, a cidade é pequena, e o anda e para com motor frio não reflete o consumo real do carro em ciclo urbano. Ainda assim, posso dizer que a minha média era em torno de 8 km/l. Sempre com gasolina aditivada (na minha cidade não vendem gasolina Podium).

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Fiz apenas as três primeiras revisões antes de vendê-lo, que custaram, aproximadamente, R$ 250, R$ 300 e R$ 800, respectivamente. O atendimento na rede VW foi aceitável. As duas primeiras revisões fiz na modalidade expressa, que leva somente uma hora.

O que me descontentou foi que, rasguei um dos pneus Dunlop, com os quais o Golf veio equipado de fábrica, episódio que relatarei adiante, e a concessionária não disponibilizava o mesmo modelo para troca.

A autorizada da marca dos pneus possuía o mesmo Dunlop Sportmaxx, mas somente em desenho “para o mercado brasileiro”. O do carro, que era europeu, não.

Na concessionária indaguei o que poderia fazer: “trocar dois de um eixo, ou os quatro” – foi a resposta. Com 19.000 km? Não. Pesquisei, me informei com amigos de concessionárias e fui orientado a pedir em garantia a substituição.

Assim, pedi que minha concessionária (mesma que me deu o conselho acima) o fizesse, e continuei a rodar com o estepe. Em uma semana recebi a resposta: a VW iria me conceder três pneus Firestone em troca de três dos meus Dunlop usados, e eu pagaria por um, o danificado.

Ainda que justificável o ato pela inexistência do produto no mercado brasileiro, fiquei realmente satisfeito. Feita esta introdução, vamos ao prós e contras do veículo:

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Prós: o isolamento acústico, e o consequente silêncio a bordo faz o carro parecer estar desligado; o torque em arrancadas e ultrapassagens deixam o condutor em dúvida sobre a capacidade de 1400 cm³ do motor; o espaço no banco traseiro é de sedan médio; os bancos em camurça são mais confortáveis e bonitos que os de couro (minha opinião).

O sistema multimídia é fácil de usar e muito completo; os comandos de voz funcionam, ao contrário do SYNC do New Fiesta Titanium que temos na família; os freios são precisos e eficientes; a direção sabe exatamente o nível de assistência para todas as situações.

É fácil de encontrar a melhor posição para dirigir e o banco é muito confortável, principalmente pelo apoio lateral; a estabilidade é esportiva, embora achasse a traseira leve (o Fiestinha é ligeiramente melhor, na minha opinião)

O acabamento interno é muito superior ao dos concorrentes e alguns próprios da marca, como o Jetta, que desisti de comprar em razão disto; o câmbio é muito rápido e preciso em estrada; possui saídas de ar condicionado para o banco traseiro; o estepe é de tamanho normal.

Contras: a regulagem dos vidros elétricos fica em um local de difícil acesso e visualização, à frente do trinco da porta; o acabamento Black Piano por vezes reflete o sol e atrapalha (muito) o motorista.

O porta-malas é pequeno (uma mala de tamanho médio só cabe de lado), e o seu acabamento, de plástico, é ruidoso e arranha com facilidade; as luzes, principalmente a baixa, são fracas para condução à noite, período de minha preferência para viajar; o câmbio é barulhento, conforme inúmeros relatos, em ruas de paralelepípedo (desde novo).

O câmbio também segura demais a primeira marcha em ruas deste tipo, subindo até 4000 rpm por vezes, antes de passar para 2ª marcha; a suspensão é ruidosa em superfícies irregulares e um pouco firme demais; e por fim, o principal e maior problema de todos, que me fez vender o carro, o tamanho da roda e os pneus não são adequados para o pavimento brasileiro.

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Seguindo a linha desta última colocação, relato minha experiência com os pneus, complementando o já mencionado. Com quase vinte mil quilômetros rasguei um pneu, em um buraco, e troquei na garantia, como dito.

Achei que talvez os pneus europeus fossem inadequados para o Brasil. Porém, mesmo depois de estar calçado em quatro Firestone Firehawk 225/45 R17, ainda estraguei mais dois pneus, um na estrada e outro na cidade, ambos com “bolhas”, que foram substituídos a R$ 450,00 cada um. Me desgostei do carro.

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Não somente em razão disso, mas acho que o carro, apesar de ser superior a qualquer outro da categoria ou na mesma faixa de preço, ainda não está adaptado ao nosso país. O câmbio não trabalha bem em paralelepípedos, os pneus são frágeis e as rodas são grandes demais, a suspensão é um pouco dura e ruidosa.

A situação se agrava no meu caso, que resido no interior, e tenho que enfrentar estrada em condições ainda piores que aquelas dos grandes centros. Em suma, o vendi um ano e quatro meses depois, com 27.000 km, por R$ 76.000, e posso dizer que estou mais satisfeito com minha atual Amarok SE, pneus 265/70 R16, muito mais adequada para nossa realidade.

Finalizando, digo que o carro não possuía sequer um ruído interno quando vendido, apesar do tráfego em estradas ruins, e no que diz respeito à custos, o seguro saiu R$ 3.400 para mim, solteiro e com 24 anos.

Espero que os leitores do NA aproveitem meu relato, e digo, concluindo, que compraria o VW Golf de novo…se morasse na Europa.

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OBS.: O leitor pediu para não ser identificado.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.