Quando pensamos no Fiat Linea lembramos do sedan derivado de um hatch compacto que queria ser sedan médio.
A ambição da Fiat para o Linea era grande, competir com Honda Civic e Toyota Corolla, mas é como dizem, quanto mais alto, maior é a queda – e foi o que aconteceu com o finado Fiat Linea.
Índice
Fiat Linea, o sedan do Punto
Apresentado ainda como conceito em 2006 durante o Salão do Automóvel de Istambul na Turquia, o Fiat Linea apostava na mesma plataforma do Fiat Punto com um design bem harmonioso.
Mesmo tendo um visual dianteiro próprio e independente do Punto, o Fiat Linea tinha um visual clássico e bem equilibrado. Com suas janelas na coluna A e C, ele passava a impressão de que o modelo era muito maior e mais longo do que realmente era.
Os detalhes cromados da grade dianteira do Linea reforçavam a ideia de ser um sedan médio mais luxuoso, que aliás vinha para substituir o Marea.
Ele tinha perfil mais musculoso e elegante graças às caixas de roda mais ressaltadas e linhas mais limpas nas laterais. As maçanetas do Fiat Linea eram as mesmas usadas no hatch Punto, assim como os espelhos retrovisores que vinham apoiados na porta como no Fiat Punto e no Fiat 500.
A traseira do Fiat Linea também tinha design limpo e sofisticado.
Com suas lanternas em formato amendoado e com uma risca cromada na base onde ficavam as luzes de ré e de indicação, o modelo mostrava que a Fiat tinha trabalhado e muito para conquistar o consumidor dos sedans médios.
Mas como veremos mais adiante, o Linea mirou no andar de cima mas acabou competindo mesmo com os sedans compactos mais simples, como Honda City e New Fiesta Sedan.
Linea com sabor turco
O modelo de produção do Fiat Linea foi apresentado na Turquia em 2007 com quatro opções de motorização.
A primeira delas foi o já conhecido nosso 1.4 Fire a gasolina, seguido pelo 1.3 MultiJet a diesel. Havia também a opção de motor 1.4 Turbo – o famoso motor T-Jet – com 120 cavalos e um motor 1.6 movido a diesel com 105 cavalos.
Por ter sido lançado primeiro no mercado turco, o Fiat Linea era feito inicialmente em regime CKD na Rússia para ser vendido no velho continente.
Adoçante
Se no mercado do velho continente o Fiat Linea tinha opções de motores a diesel com diferentes potências, por aqui ficamos apenas com o motor 1.9 e o 1.4 T-Jet inicialmente, o que alegrou os ânimos, igual quando você começa uma dieta e acha que consegue trocar o açúcar pelo adoçante.
Mas a verdade era que mesmo com o motor mais potente, o Fiat Linea ainda não empolgava o mercado o tanto quanto a Fiat achou que iria, já que suas pretensões eram de concorrer com nomes de peso como Honda Civic e Toyota Corolla, além do Vectra.
O primeiro de seu nome
Lançado no nosso mercado apenas um ano após sua apresentação oficial na Turquia, o Fiat Linea tinha todos os holofotes para si.
Ele chegou ao mercado com uma promessa de ser o primeiro sedan médio a emplacar da marca italiana, já que a Fiat já havia tentado isso com o Tempra e o Marea, anos antes, sem muito sucesso.
Outro detalhe da missão do Linea era de fazer a Fiat ser reconhecida por saber fazer carros de porte médio e grande, e perder um pouco o estigma de só ter carros compactos e baratos em sua gama.
Um dos meios de explorar a grandeza do Linea foi colocá-lo em um filme de produção nacional com ambição internacional, chamado “Ensaio sobre a Cegueira”.
Mas como em quase toda aparição cinematográfica, o modelo ficou restrito a apenas algumas poucas cenas externas.
Motorização inicial do Fiat Linea
Como já mencionado anteriormente, de início o Fiat Linea vinha com duas opções de motorização: 1.9 litro 16 válvulas com 132 cavalos quando abastecido com etanol e 130 cavalos com gasolina e 18,6 kgfm de torque com etanol e 18,1 kgfm.
O câmbio era o famigerado Dualogic automatizado de 5 velocidades, que sempre foi criticado pelos consumidores.
A outra opção de motorização, era o 1.4 litro da gasolina que rendia bons 152 cavalos e 21,1 kgfm. Para essa motorização o câmbio era sempre o manual de 5 marchas, dando foco na esportividade do conjunto.
O Fiat Linea vinha sempre muito bem equipado, com vários itens de série para tentar fisgar os possíveis compradores de Toyota Corolla e Honda Civic, embora tivesse o mesmo interior do Fiat Punto, e isso fosse algo que desanimasse uma parte dos possíveis compradores.
Mesmo com seu amplo porta malas e seu razoável espaço interno o Linea amargava nas vendas, e quando ele ganhou sua primeira e última atualização de estilo em meados de 2014, a Fiat decidiu dar finalmente o braço a torcer e reposicionar o modelo para concorrer com modelos como Honda City e Ford New Fiesta Sedan.
Mudança para o motor 1.8 E.torQ
Bem antes de ganhar seu primeiro retoque visual, o modelo deixa de oferecer o motor 1.9 litro para apostar num motor mais convencional, o 1.8 16 válvulas E. torQ, que é utilizado até hoje em modelos como Fiat Argo, Fiat Toro e Jeep Renegade, com algumas melhorias.
Com o novo motor associado ao câmbio automatizado de 5 velocidades, o Fiat Linea conseguiu um destaque maior, mas ainda assim alguns consumidores preferiam o modelo com o câmbio manual de 5 velocidades por conta da má fama do câmbio automatizado.
Atualização de Stilo
Em meados de 2014, o Fiat Linea ganhou sua primeira e única atualização de estilo.
O novo design da grade frontal e da tampa do porta malas e para choques ficou a cargo da Fiat turca. O modelo ganhou um novo “sorriso metálico” com uma barra cromada na base do para choque dianteiro, como que simulando um sorriso.
A grade do Fiat Linea agora contava com 3 filetes cromados que sustentavam o logo ao centro.
Novas rodas eram oferecidas também, que tinham um detalhe no mínimo interessante – ao invés de ter o logo da Fiat no centro, em algumas versões as rodas vinham apenas com a inscrição “Linea”, tentando desvincular a imagem do sedan à sua marca.
Isso dava a impressão de se tratar de uma roda de mercado paralelo, para algumas pessoas.
Já na traseira, a placa saia do para choque e ia para a tampa do porta malas.
O nome “Linea” ganhava um novo grafismo e ficava agora numa barra cromada acima do porta placas.
E na base do para choque um falso difusor de ar, para disfarçar a saída da placa do para choque.
Novas rodas eram adicionadas para compor o conjunto, com novos desenhos e em alguns modelos, sem o logo Fiat, apenas com a inscrição Linea.
Novo painel
No interior do Fiat Linea, a maior mudança, um novo e renovado painel – herdado do hatch Punto – com novos materiais, e com direito a combinação de tons diferentes para o couro: preto e bege ou preto e cinza.
Uma nova central multimídia era ofertada no modelo, chamada de UConnect, com 5 polegadas e sensível ao toque.
Como opcional, a central multimídia poderia ganhar o sistema de navegação por GPS.
Fim de linea
O Fiat Linea saiu de linha no mercado nacional em meados de 2016, junto com o Fiat Idea e o Fiat Bravo, hatch médio que também amargou em vendas.
Após 8 anos de mercado, a Fiat agora ficava sem um sedan médio/compacto para concorrer com Honda City, Volkswagen Voyage e Chevrolet Prisma/Cobalt.
Mas essa história ganharia um novo capítulo com a chegada do Fiat Cronos, derivado do Fiat Argo. E também de seu sucessor indireto, o Fiat Tipo na Europa.
Cronos, o senhor do tempo
Se por um lado a Fiat não tinha mais um sedan médio, agora ela tinha um sedan mais moderno e com pretensões mais honestas.
O Fiat Cronos foi apresentado no primeiro trimestre deste ano, e divide a mesma plataforma do Argo: a MP1.
Com visual bem mais acertado e dinâmico do que o Fiat Linea, o Fiat Cronos herda do hatch Argo a boa posição de dirigir e a qualidade razoável para os materiais empregados no interior.
Com design fortemente inspirado no Fiat Tipo europeu, o Cronos tem muito do DNA italiano, como suas lanternas traseiras, que lembram as que são utilizadas nos carros da Alfa Romeo e Maserati.
E por falar em DNA, a Fiat caprichou bem no painel da linha Cronos/Argo com materiais vindos de carros mais caros do Grupo FCA.
As ofertas de motorização para o sedan ficam restritas ao 1.8 e o 1.3 litro FireFly com 109 cavalos e 14,2 kgfm de força usando etanol e 101 cavalos e 13,7 kgfm de torque.
Já para o motor 1.8 litro – mesmo motor utilizado na Fiat Toro e no Jeep Renegade – ele rende 139 cavalos com etanol, com 19,3 kgfm e 135 cavalos com gasolina, com 18,8 kgfm.
O modelo tem ganho alguns comparativos e se tornado uma opção a se pensar para muitos compradores do segmento de sedans compactos.
E com ele a Fiat tem reassumido seu posto de sedan compacto entre os mais vendidos.
Tipo assim, um sedan
Mas se você achava que a Fiat havia desistido de ter um sedan médio, está enganado… em partes.
Explico:
Pelo menos no nosso mercado, a Fiat ainda não tem planos de ter um sedan médio para brigar com Toyota Corolla e Honda Civic, mas no restante da América Latina e em todo o continente europeu ela já tem um substituto ideal para o finado sedan Fiat Marea, o Fiat Tipo.
Apresentado em 2015 ainda com o nome de Fiat Egea, o sedan médio conta com um bom espaço interno e uma gama variada de motores/câmbios.
Considerado um sedan médio, o novo Fiat Tipo ganhou notoriedade por alinhar bons materiais para o interior e bons motores – com opções flexíveis, a gasolina e diesel – e preços mais baixos que a média dos sedans à venda na Europa.
O seu visual mais agressivo e elegante inspirou muito o nosso Argo/Cronos, com seus faróis mais largos e que avançam nas laterais.
Uma nova grade com detalhes cromados foi usada para dar mais requinte para o novo Tipo.
O capô conta com vincos bem delineados que desenham bem a dianteira do modelo.
Já na lateral, o Tipo tem linhas elegantes e um desenho clássico para um sedan da marca italiana.
Já na traseira, o novo Tipo conta com lanternas que invadem as laterais da carroceria e contam com um design bem mais dinâmico e totalmente diferente do que estamos acostumados da gama Fiat.
Para o mercado nacional, a vinda do Tipo nas versões hatch e sedan seria de boa valia para representar a marca no segmento dos médios.
Com o novo Tipo a marca teria cacife suficiente para tentar algo contra Corolla e Civic, e ainda poderia sentir um gostinho no segmento dos hatches médios e disputar com Ford Focus, Volkswagen Golf e Chevrolet Cruze.
Por hora devemos ficar apenas com o Fiat Cronos, até que a marca decida se volta a investir no mercado de sedans médios.
Ficha técnica Fiat Linea 2016 – Essence 1.8 16v manual
MOTOR
Tipo: 4 cilindros em linha
Disposição: dianteiro, transversal
Cilindrada: 1747 cm³
Alimentação: aspirado
Comando: fixo, SOHC 16V
Gasolina:
Potência: 130 cv a 5250 rpm
Torque: 18,4 kgfm a 4500 rpm
Etanol:
Potência: 132 cv a 5250 rpm
Torque: 18,9 kgfm
TRANSMISSÃO
Tipo: manual de 5 marchas
RELAÇÃO DE MARCHAS
1ª 3,909:1
2ª 2,238:1
3ª 1,52:1
4ª 1,156:1
5ª 0,919:1
Ré 3,909:1
Diferencial: 3,867:1
DIMENSÕES EXTERNAS
Comprimento: 4,56 m
Largura: 1,73 m
Altura: 1,505 m
Entre eixos: 2,603 m
DIMENSÕES INTERNAS
Comprimento do cockpit: 1,65 m
Largura do cockpit dianteiro: 1,36 m
Largura do cockpit traseiro: 1,35 m
Espaço vertical dianteiro: 0,98 m
Espaço vertical traseiro: 0,88 m
Espaço para pernas dianteiro: 1,02 m
Espaço para pernas traseiro: 0,71 m
PESOS E CAPACIDADES
Peso em ordem de marcha: 1310 kg
Carga útil: 400 kg
Tanque de combustível: 60 litros
Porta-malas: 500 litros
DIANTEIRA
Suspensão: independente, McPherson
Freios: disco ventilado
Diâmetro e espessura: 284 mm x mm
Rodas 15 polegadas
Pneus: 195/65 R15
TRASEIRA
Suspensão: semi-independente, eixo de torção
Freios: disco sólido
Rodas: liga leve, 15 polegadas
Pneus: 195/65 R15
Ficha técnica Fiat Linea 2016 – Absolute 1.8 16v Dualogic
MOTOR
Tipo: 4 cilindros em linha
Disposição: dianteiro, transversal
Cilindrada: 1747 cm³
Alimentação: aspirado
Comando: fixo, SOHC 16V
GASOLINA
Potência: 130 cv a 5250 rpm
Torque: 18,4 kgfm a 4500 rpm
ETANOL
Potência: 132 cv a 5250 rpm
Torque: 18,9 kgfm
TRANSMISSÃO
Tipo: automatizado seq. de 5 marchas
RELAÇÃO DE MARCHAS
1ª 3,909:1
2ª 2,238:1
3ª 1,52:1
4ª 1,156:1
5ª 0,919:1
Ré 3,909:1
Diferencial: 3,867:1
DIMENSÕES EXTERNAS
Comprimento: 4,56 m
Largura: 1,73 m
Altura: 1,505 m
Entre eixos: 2,603 m
DIMENSÕES INTERNAS
Comprimento do cockpit: 1,65 m
Largura do cockpit dianteiro: 1,36 m
Largura do cockpit traseiro: 1,35 m
Espaço vertical dianteiro: 0,98 m
Espaço vertical traseiro: 0,88 m
Espaço para pernas dianteiro: 1,02 m
Espaço para pernas traseiro: 0,71 m
PESOS E CAPACIDADES
Peso em ordem de marcha: 1315 kg
Carga útil: 400 kg
Tanque de combustível: 60 litros
Porta-malas: 500 litros
CARROCERIA
DIANTEIRA
Suspensão: independente, McPherson
Freios: disco ventilado
Diâmetro e espessura:284 mm x mm
Rodas aro 16 polegadas
Pneus 205/55 R16
TRASEIRA
Suspensão: semi-independente, eixo de torção
Freios: disco sólido
Rodas: liga leve, aro 16 polegadas
Pneus: 205/55 R16